
Em novembro, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Belém vai receber uma novidade cultural e sustentável: a AquaPraça, uma praça flutuante projetada pela Itália que promete ser um marco na cidade paraense. Com mais de 400 metros quadrados, o espaço vai funcionar como pavilhão italiano e será palco de exposições, workshops e atividades abertas ao público.
Projetada pelos estúdios Carlo Ratti Associati e Höweler + Yoon, a praça será instalada sobre as águas e ancorada em frente ao centro cultural Casa das Onze Janelas, um dos pontos históricos mais importantes da capital paraense. O objetivo é que, após o encerramento da COP30, a estrutura permaneça na cidade como um legado permanente à população e à cultura local.
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Espaço cultural aberto ao público e voltado à sustentabilidade
Com capacidade para até 150 pessoas, a AquaPraça será palco de uma ampla programação voltada à sustentabilidade, ao meio ambiente e à cultura. Estão previstas para ocorrer no local exposições, workshops, simpósios e atividades culturais, todas com acesso gratuito ao público participante da conferência.
O arquiteto Carlo Ratti, em entrevista à agência de notícias italiana ANSA, descreveu a instalação como uma “ágora de caráter único" e destacou que ela foi concebida para integrar natureza, civilização e reflexão ambiental. Segundo ele, a ideia é proporcionar uma nova forma de engajamento público diante das mudanças climáticas.
Tecnologia inspirada em submarinos
Um dos grandes diferenciais da AquaPraça é a tecnologia adaptativa e responsiva ao ambiente natural usada na construção dela. A estrutura foi desenvolvida com base no princípio de Arquimedes, o mesmo utilizado em submarinos, e será capaz de se adaptar às variações do nível do mar.
Na prática, a plataforma poderá reter ou liberar água para se ajustar às flutuações do oceano, o que cria uma experiência física e sensorial para os visitantes sobre os impactos do aumento do nível do mar, um dos efeitos mais alarmantes da crise climática.
Veja fotos do projeto:
Construção na Itália e estreia em evento global
A construção da AquaPraça está sendo realizada no nordeste da Itália pela empresa Cimolai, especializada em estruturas metálicas de grande porte. Antes de seguir viagem ao Brasil, a estrutura foi apresentada oficialmente durante a 19ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, um dos eventos mais prestigiados do setor.
Durante visita técnica recente ao Brasil, o arquiteto Carlo Ratti definiu com autoridades locais os detalhes logísticos da instalação. Durante a fala dele à ANSA, ele descreveu a Casa das Onze Janelas como o "coração pulsante da cidade" e reforçou a importância simbólica do local escolhido para abrigar a praça flutuante.
A AquaPraça representa não apenas uma intervenção artística e tecnológica, mas também um gesto de diplomacia climática e cooperação internacional. De acordo com o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, o espaço será um “legado duradouro” da Itália para Belém, consolidando o papel da capital paraense nos grandes debates globais sobre o futuro ambiental do planeta.
O projeto é resultado de uma parceria internacional público-privada e envolve os Ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente da Itália, o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil), a Bloomberg Philanthropies, o programa Connect4Climate do Banco Mundial e o Ciheam Bari (Centro Internacional de Altos Estudos Agronômicos Mediterrâneos).
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TerraPraça também será anunciada
Além da AquaPraça, está prevista a criação da TerraPraça, um espaço complementar que ainda está em fase de desenvolvimento e deverá ser detalhado nos próximos meses. A expectativa é que os dois espaços, um sobre as águas e outro em terra firme, funcionem como símbolos da nova era de urbanismo sustentável e engajamento ambiental que a COP30 pretende promover.
Com esses projetos, Belém não apenas sediará uma conferência internacional de extrema importância, mas também poderá se tornar referência mundial em arquitetura ambiental e inovação urbana.
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