
Para muitas famílias, sair de casa e frequentar espaços públicos pode ser uma rotina simples. Mas, para mães, pais e cuidadores de pessoas com autismo, esses momentos frequentemente se transformam em verdadeiros desafios. Regras inflexíveis, desconhecimento e até preconceito acabam por excluir quem mais precisa de acolhimento.
Em Belém, essa realidade começou a mudar com um marco histórico e transformador. A Câmara Municipal de Belém aprovou, por unanimidade, um projeto de lei que representa um avanço inédito na garantia de direitos de pessoas com autismo no município. O texto agora aguarda sanção do prefeito Igor Normando, mas já marca um divisor de águas na luta por inclusão social.
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A medida garante que pessoas com autismo possam ingressar e permanecer em locais públicos ou privados da capital paraense, portando alimentos de consumo próprio e objetos de uso pessoal — itens que, muitas vezes, são essenciais para o conforto, a rotina e a regulação sensorial de quem está no espectro.
A vereadora Nay Barbalho, que é mãe atípica e autora da proposta, fez um discurso emocionado após a aprovação do projeto. Em sua fala, ela relembrou um episódio marcante que vivenciou com seu filho, diagnosticado com autismo nível de suporte 2.
“Ele só come um tipo de bolacha, isso faz parte da rigidez cognitiva do meu filho. Quando cheguei na porta do cinema, o diretor me disse: ‘no meu cinema, não. Aqui ele não vai entrar segurando esses biscoitos’. E eu voltei para casa com o meu filho em crise, frustrada”, contou a vereadora, visivelmente emocionada.
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Segundo Nay, o projeto representa mais do que uma mudança na legislação: é um passo concreto para transformar a realidade das famílias atípicas de Belém. “Hoje é um dia histórico. Como mãe atípica e vereadora, nós garantimos um direito que evita constrangimentos e garante participação social efetiva. Só quem vive essa causa sabe o quanto isso importa”, declarou.
Nas redes sociais, a vereadora também celebrou a conquista, destacando o papel da cidade na construção de uma sociedade mais justa. “Belém mostra que inclusão não é só uma palavra: é uma prática que transforma vidas”, publicou.
Com a sanção do projeto, Belém se posiciona na vanguarda das políticas públicas voltadas à inclusão de pessoas neurodivergentes, dando exemplo de empatia, respeito e dignidade. Uma vitória que não só protege direitos, mas promove pertencimento e humanidade.
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