COP30: Brasil reafirma Belém como sede da conferência

Em uma carta enviada na última segunda-feira (11), o Brasil reafirmou a outros países que não há alternativa para a sediar a COP30, a conferência de clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que não a cidade de Belém (PA).

O documento foi revelado pela Bloomberg e confirmado pela Folha. Ele foi endereçado à UNFCCC, o braço de clima da ONU e que é responsável pela cúpula, para que fosse distribuído às nações que compõem o organismo.

Estava prevista para ontem (14) uma reunião na qual o Brasil iria apresentar formalmente suas respostas sobre 48 questionamentos feitos pelos países acerca da capacidade de Belém receber o evento. O encontro foi adiado pelo próprio secretariado da UNFCCC, em razão de problemas de agenda.

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O preço dos hotéis na capital paraense se tornou o epicentro de uma crise que ameaça as negociações climáticas no Brasil. “A gente espera poder voltar para tópico de conteúdo [nas discussões] da COP e, sim, estamos colocando todos os esforços para que os temas de logística sejam endereçados pelo governo federal”, afirmou a CEO da COP30, Ana Toni.

No início do mês, a Folha revelou uma carta, assinada por negociadores de dezenas de países, que pressiona o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a mudar pelo menos parte da conferência de Belém para outro lugar. As nações pedem que condições mínimas de acomodação e custo sejam atendidas, “seja em Belém ou em outro lugar”.

A principal reclamação é sobre os preços exorbitantes cobrados para se hospedar na capital paraense durante o evento — países menos desenvolvidos, inclusive, dizem não ter condições financeiras de arcar com este custo, e podem não comparecer à cúpula.

A Folha também mostrou que os hotéis da cidade se recusaram a prestar explicações ao Ministério da Justiça acerca dos valores praticados.

À Reuters, o presidente do Grupo de Negociadores Africanos, Richard Muyungi, afirmou que foi realizada no fim de julho uma reunião de emergência da UNFCCC para tratar dos problemas logísticos de Belém. O desfecho desta cúpula está em xeque, em razão de enormes divergência entre os países participantes —inclusive o Brasil, que é resistente em assinar o acordo final do evento. No encontro, o Brasil prometeu apresentar respostas para garantir a realização do evento.

Mesmo assim, na última segunda-feira, o governo brasileiro decidiu responder aos 48 questionamentos feitos por outros países acerca da realização da COP30. “Não haverá local alternativo, pois a COP30 não será transferida de Belém”, afirma a carta, segundo a Bloomberg.

O Brasil argumenta que “já dispõe de número suficiente de leitos para acomodar todos os participantes esperados”, por ter conseguido mobilizar 53 mil leitos de hospedagem na cidade —mais que os 50 mil previstos como necessários para a cúpula.

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