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ENTREVISTA

Helder visita redação do grupo RBA

O governador Helder Barbalho falou ao DIÁRIO sobre os preparativos para a COP 30 e fez um balanço da gestão em 2024

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Imagem ilustrativa da notícia Helder visita redação do grupo RBA camera Luiz Flávio (Diário), Nilton Lobato, Camilo Centeno, Helder Barbalho, Álvaro Borges (RBATV), Vera Oliveira, Clayton Matos (Diário), Gleydson Souza (Rádio Clube) e Mauro Neto (DOL). | FOTOS: RICARDO AMANAJÁS

Reeleito pela terceira vez para conduzir os destinos dos Estados Amazônicos, como presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), o governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, compara as conquistas atuais com os índices ruins do passado, avalia o presente e faz projeções otimistas para o futuro do nosso Estado, elegendo 2025 como o ano-chave da virada de Belém e do Pará rumo ao futuro e ao desenvolvimento inevitável, tendo como pano de fundo a realização na capital paraense da Conferência das Partes de número 30 (COP 30), encontro anual de países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, maior evento climático do planeta.

Ladileine Martins, Vera Oliveira, Elcione Barbalho, Helder Barbalho, Camilo Centeno e Nilton Lobato.
📷 Ladileine Martins, Vera Oliveira, Elcione Barbalho, Helder Barbalho, Camilo Centeno e Nilton Lobato. |FOTOS: RICARDO AMANAJÁS

Na entrevista concedida ao DIÁRIO na tarde da última sexta-feira durante uma visita ao grupo RBA, Helder fez um balanço da sua gestão nesse ano, fez um raio-x dos investimentos presentes e futuros que estão sendo feitos em Belém, região metropolitana em decorrência da COP30; as entregas e muitas obras que foram e estão sendo feitas pelo governo no interior do Estado nas mais diversas áreas; sobre parceria estado/município para melhoria da vida da população e esclareceu a estrutura administrativa do governo para o ano que vem. Acompanhe!

P: Seu mandato como presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL) foi renovado por mais um ano. Sua reeleição foi de forma unânime. Será seu terceiro mandato do paraense à frente do colegiado. Quais suas perspectivas para esse novo mandato num ano como 2025, quando Belém sediará a COP 30, mais evento climático do planeta?

R: "Primeiro quero agradecer a confiança depositada em mim pelos nove governadores. Estamos indo para o terceiro mandado à frente do consórcio o que mostra a nossa capacidade de dialogar de forma coletiva e trabalhar de forma conjunta com os demais Estados da região, sempre buscando compreender que o consórcio precisa ser capaz de articular e compreender as diferentes visões, agendas e interesses dos Estados que integram a Amazônia, construindo uma pauta unificada capaz de fortalecer a nossa região. É de suma importância que o Pará assuma esse protagonismo num momento tão importante como esse, quando Belém irá sediar a COP, liderando este processo junto com os demais Estados amazônidas. Precisamos debater soluções ambientais baseadas na preservação da natureza e que coloque a floresta amazônica no dentro do financiamento climático e ambiental global. Impulsionando pagamentos por serviços ambientais, remunerando quem atua para proteger a floresta. Temos que ter uma bioeconomia para transformar nossa biodiversidade numa nova economia; além de incentivar cada vez mais o mercado de carbono, para que nossa floresta possa capturar esse carbono e isso seja monetizado e trazido para nosso Estado para proteger e auxiliar aqueles que protegem a Amazônia. Portanto é um legado ambiental/cidade. Temos que trabalhar de maneira firme para que o ano de 2025 seja o ano de Belém e o ano do Pará, o ano da Amazônia. O Pará foi o primeiro Estado a conseguir comercializar créditos de carbono. E isso é muito importante porque floresta viva vale mais que floresta morta. A captura do carbono precisa ser vista como uma commoditie, assim como é a soja, a carne ou o Petróleo. A floresta captura carbono produzida pela indústria e precisamos fazer com que a nossa vocação verde possa gerar recursos para que isso possa ser produzido para quem preserva a floresta, seja uma comunidade indígena, quilombola ou extrativista ou até mesmo para um pecuarista que cuida do seu ativo florestal... Que 2025 seja o ano que ingressemos de vez no caminho do futuro, reconhecendo que fizemos mas, ao mesmo tempo, sabendo que ainda há muito por fazer, e que teremos diante de nós uma oportunidade inédita de fazer ainda mais e melhor!"

P: Com a eleição de Igor Normando Belém volta a ter um prefeito do MDB depois de quase 40 anos e, de maneira inédita, a capital e o Estado passam a ser comandados por gestores do mesmo partido. De que forma nossa capital, que completa 409 anos no dia 12 do mês que vem, poderá avançar a partir dessa parceria?

R: "O grande avanço que teremos a partir de janeiro será a capacidade de construir conjuntamente soluções para a nossa cidade, que é a maior e mais importante do Estado. Teremos a oportunidade de mostrar que vamos corresponder às expectativas da população. Eu, sempre que pude – e a população de Belém sabe disso – busquei ajudar de forma integral a atual administração para que ela pudesse ter êxito, independentemente de partido. Foram diversas parcerias, com os R$ 30 milhões que destinei ao prefeito Edmilson Rodrigues quando as UPA’s e prontos-socorros da cidades estavam fechados. No programa “Bora Belém” a cada real investido pela prefeitura o Estado entrava com mais um real, permitindo que o programa fosse viabilizado. O prefeito acaba de inaugurar as feiras dos bairro da Terra Firme e Pedreira com recursos destinados pelo governo do Estado... Então da mesma forma que ajudei o prefeito Edmilson de todas as formas, manterei a mesma parceria com o prefeito Igor nas mais variadas áreas para que desempenhe uma boa Gestão. O prefeito eleito é jovem, é preparado e está disposto a trabalhar por Belém. E eu estarei a seu lado nessa luta para que possa fazer a melhor gestão da nossa cidade, sempre tendo em vista que estamos sob os olhares do mundo em razão a realização da COP30 na nossa cidade e devemos sim preparar a nossa cidade não para os que vêm de fora, mas para os que moram em Belém, para os que vivem aqui tenham uma cidade melhor, mais humana. Belém será a capital do mundo daqui a menos de um ano ao sediar o maior evento ambiental e diplomático do planeta."

P: Como anda a preparação de Belém para receber a COP 30?

R: "Temos uma agenda de investimentos enorme e contamos hoje com obras espalhadas pelos quatro cantos da capital. Belém receberá o maior aporte de recursos da história, que permitirão solucionar problemas históricos da nossa cidade. Precisamos fazer que isso se torne um legado permanente para quem vive aqui e para quem vive na Amazônia. Temos hoje um leque de 30 obras sendo realizadas na capital e na região metropolitana visando a realização a conferência. Queremos aproveitar os investimentos para promover uma transformação urbana em Belém e na região metropolitana. Vivemos num momento importante de avanço e reconstrução, recebendo o maior nível de investimento da história do Estado! Só Belém recebe R$ 5 bilhões em investimentos públicos para resolver problemas históricos da cidade. São parques que vão promover o turismo lazer e trazer mais empregos para a população. Faremos uma mudança radical no transporte coletivo urbano, tirando a condição de Belém de possuir a frota mais antiga entre todas as capitais para a condição se uma frota moderna, com ônibus com ar-condicionado e wi-fi, sendo parte dessa frota de veículos elétricos. Isso sem falar nas novas avenidas que estão sendo construídas e diversas obras de saneamento e abastecimento de água. Neste momento estamos fazendo 15 obras de macrodrenagem e asfaltamento na periferia de Belém que com qualquer chuva de médio porte eram totalmente alagadas..."

P: Belém está no foco dos investimentos. Mas e o interior do Estado?

R: "Jamais podemos esquecer do interior do Estado. Pra você ter uma ideia estamos hoje com o maior pacote de investimentos para a construção e estradas no Estado. Hoje mesmo (ontem, dia 27) estaremos inaugurando a terceira ponte em Marabá com investimentos de mais de R$ 100 milhões. Em março do ano que vem, no Dia Internacional da Mulher vamos entregar o primeiro hospital público especializado na saúde da Mulher em Belém e ainda na área da saúde estamos construindo um Hospital Materno-Infantil em Santarém, Marabá, Altamira e em Breves, no Marajó. Na área de assistência social e cidadania já entregamos nove Usinas da Paz e em 2025 mais 26 usinas serão entregues em vários municípios do Estado para que toda a população seja incluída no programa e possa usufruir desta experiência desta iniciativa que hoje já é considerado o maior e melhor projeto de inclusão social do Brasil, uma conquista que muito nos orgulha e orgulha o nosso Estado. Na área de segurança pública vamos encerrar o ano de 2024 om o menor nível e crimes violentos letais da história do Pará. Apenas para efeito de comparação: em 2018, último ano antes da minha primeira gestão, o ano fechou com mais de 4 mil homicídios e latrocínios no Estado. Fecharemos 2024 com cerca de 1.970 ocorrências desse tipo, o que é um avanço enorme para o bem estar e segurança da população que vive no Pará. Temos que investir no Estado como um todo e não apenas numa região. Por essa razão nosso planejamento prevê que cada região possa ser atendida dentro das suas prioridades. E por isso estamos fazendo o maior investimento da história em estrada que ligam regiões. Pela primeira vez estamos fazendo uma estrada que liga a região do Marajó ao continente, de Portel até Cametá! Em outra frente uma estrada ligará Santarém a Uruará, que encurta em 150 quilômetros Santarém de Altamira... Neste momento estamos fazendo outra estrada onde o cidadão sai de Novo Repartimento e não precisa seguir para Marabá, indo direto para Baião, conectando a Transamazônica com o Baixo Tocantins. É assim que atuamos em diversas regiões em diversas áreas. Tudo isso é permitido por uma gestão otimizada baseada no ajuste fiscal, que permite cada vez mais investimento por todo o Pará. Tenho a mais absoluta convicção que estamos no caminho certo e o que não foi concluído este ano, será em 2025."

P: Na área da Educação o Pará também obteve uma conquista importante este ano saindo da 26ª para a 2ª colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

R: "Sem dúvida que foi uma conquista extraordinária: foi o maior crescimento em qualidade de educação na história do Brasil. Nunca na história um Estado havia conseguido um salto tão significativo em apenas dois anos, tudo fruto do esforço e dedicação dos professores, professoras, técnicos, comunidade escolar, pais de alunos e todos aqueles que atuam na área da Educação no Estado. Isso também envolvem um investimento significativo em salário. Hoje o Pará paga o maior salário para o magistério entre todos os Estados do Brasil. Além disso pagamos a bonificação pelos níveis de crescimento do IDEB, o que mostra a meritocracia, ou seja, quem teve maior nota recebe mais para estimular a qualidade do ensino. Não podemos esquecer do programa “Bora Estudar”, onde os 19 mil melhores alunos da rede pública receberam R$ 10 mil cada em material de construção para melhorar as suas casas."

P: O Executivo encaminhou para a Assembleia Legislativa do Estado o Projeto de Lei 701/2024 que prevê a reestruturação da administração pública estatal. O que é verdade é o que não corresponde à verdade em relação a esse PL?

R: "O projeto foi encaminhado de maneira equivocada para a Assembleia Legislativa e quando tomei conhecimento desse erro determinei a sua retirada imediata de tramitação na casa, tramitação essa que foi encerrada, já que a matéria foi devolvida ao poder executivo estadual. Fiz uma avaliação bastante crítica em cima desse projeto e entendi ser necessário um estudo ainda mais aprofundado da reestruturação da máquina pública que que tenha mais eficiência, que é o foco principal das mudanças que pensamos. Na busca dessa eficiência, o Estado precisa ser capaz de compatibilizar as entregas de governo com a redução dos custos da máquina pública para que tenhamos ainda mais margem para ampliar os investimentos que já fazemos. No momento não avançaremos no que se refere a esse PL como um todo, e não apenas a áreas específicas, até que possamos aprofundar as discussões. Qualquer nova tomada de decisão referente a qualquer revisão organograma do Estado será feito de maneira devida e com a tranquilidade necessária. Tudo permanece como está e não haverá qualquer mudança no organograma do Estado no que se refere à fusões, extinções ou implementações de novas estruturas estatais."

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