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Dr. Responde: conheça plataforma que informa sobre obesidade

Ferramenta digital permite explorar dados sobre excesso de peso, série histórica de percentuais por sexo, faixa etária e escolaridade, além de indicadores regionais e municipais

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Imagem ilustrativa da notícia Dr. Responde: conheça plataforma que informa sobre obesidade camera Médico endocrinologista Rubens Tofolo explica que a "obesidade é uma doença, e não um estilo de vida". | Divulgação

O Ministério da Saúde criou uma nova ferramenta digital que reúne informações detalhadas sobre a obesidade e seus fatores de risco. Desenvolvido pelo Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica (CNIE), o painel permite explorar dados sobre excesso de peso, série histórica de percentuais por sexo, faixa etária e escolaridade, além de indicadores regionais e municipais.

A plataforma permite visualizar tendências tanto de regiões como de cidades, ajudando gestores, pesquisadores e profissionais de saúde a construírem estratégias mais eficazes no enfrentamento da obesidade. A ferramenta faz parte de um conjunto do CNIE, que já disponibiliza informações sobre arboviroses, meningite, mpox, malária e outras.

A ferramenta aponta a série histórica de pessoas com excesso de peso em todos os estados e capitais. No Pará, houve um aumento entre os dois últimos períodos pesquisados: em 2021, a população com excesso de peso era de 61,3% e, em 2023, passou para 63,4%. Ainda no recorte de 2023, por sexo, os homens são maioria: 64,3% com excesso de peso e as mulheres respondiam por 62,6%. Em 2013, a população paraense acima do peso era de 51,1%.

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Para o médico endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional Pará, Rubens Tofolo, os dados no Brasil sobre obesidade ainda precisam avançar, levando em consideração o Vigitel, que é o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico.

“Este método de quantificar doenças crônicas no Brasil pode ser melhorado, observado que as ligações são feitas para telefones fixos das pessoas, o que pouca gente tem hoje, e as mesmas podem informar dados incertos, como o peso. Não é uma observação feita no local, o que pode dar margem para dados imprecisos”.

O especialista afirma ainda que no Brasil não existem visitas nas residências para observar o número de doenças crônicas, como a obesidade, a exemplo de outros países onde são realizadas as visitas para estudos epidemiológicos. “Se existissem estas medidas no Brasil, isso contribuiria bastante nas políticas públicas para a melhoria da saúde da população e prevenção de doenças”.

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Um dado ainda mais preocupante é levantado pelo endocrinologista. Os jovens estão cada vez mais obesos e sedentários. “Atualmente, somente 10% dos nossos adolescentes estão ativos com atividades físicas. O importante também é focar nos mais jovens para prevenir adultos obesos no futuro, pois o Brasil tem o maior índice de obesidade infantil do mundo com 12,5%”. A preocupação não é para menos, pois 25% da população brasileira é obesa. Ou seja, uma em cada quatro pessoas no Brasil vive com obesidade.

“A expectativa é que daqui a 20 anos, no ano de 2044, a população obesa brasileira alcance 50% das pessoas no país. Obesidade é uma doença, e não um estilo de vida. São 84 doenças e 11 tipos de cânceres relacionados à obesidade”, explica Rubens Tofolo.

Do ponto de vista da produção alimentar, o endocrinologista afirma que as indústrias têm sua contribuição para os quadros de obesidade no Brasil. “As indústrias procuram sempre produzir alimentos nada saudáveis com sabores que viciam os consumidores, custando preços mais baixos. Geralmente, são produtos com muito açúcar, gordura e sódio”. Conforme Rubens Tofolo, a obesidade é uma questão social, pois “apesar de sermos um país agrícola, isso não reflete em um preço mais acessível de alimentação mais saudável para o consumo da população”.

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A obesidade é a segunda doença mais estudada e pesquisada no mundo, de acordo com o endocrinologista, o que pode refletir em melhores e mais acessíveis tratamentos. “Várias outras doenças estão relacionadas com a obesidade, como diabetes e hipertensão. Por isso precisamos discutir sempre e cada vez mais políticas públicas que previnam o avanço da obesidade”.

Para Rubens Tofolo, um passo importante seria “a implantação de projetos de educação alimentar nas escolas para estimular a boa alimentação desde cedo, como já ocorre na Europa e Ásia”.

  • Painel Obesidade Ministério da Saúde:

www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/cnie/obesidade

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📷 |Divulgação
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