O jornalista Julian Assange ficou mundialmente conhecido por fundar um grupo de ativistas chamado WikiLeaks, em 2006. Nos anos seguintes, a organização vazou cerca de 700 mil documentos classificados dos Estados Unidos, o que irritou autoridades norte-americanas.
Diante disso, Assange enfrentou várias acusações e chegou a ficar sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres, antes de ser preso. Julian Assange foi libertado após chegar a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA. Ele se declarou culpado de um único crime grave, encerrando assim uma longa saga que envolveu vários continentes.
Três meses depois, Assange fez a primeira declaração pública no Conselho Europeu, em Estrasburgo, na França. O australiano disse que escolheu a liberdade e que se declarou culpado de fazer jornalismo para poder ser livre. Assange pediu à União Europeia para criar mais medidas de proteção da liberdade de expressão.
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Depois de 14 anos preso e de muito tempo confinado na Embaixada do Equador em Londres, Julian Assange considerou que todas as proteções legais a denunciantes e jornalistas só “existem no papel” e que não são eficazes quando necessárias.
Em junho deste ano, o australiano chegou a acordo com a Justiça norte-americana depois de se declarar culpado de ter violado a lei de espionagem dos Estados Unidos por divulgar documentação confidencial.
“Escolhi a liberdade ao invés de justiça irrealizável, depois de ser detido durante anos e de enfrentar uma sentença de 175 anos sem ter poder de recurso”, disse Assange a legisladores em Estrasburgo.
“Não estou livre hoje porque o sistema funcionou. Estou livre hoje depois de anos de encarceramento porque me declarei culpado de jornalismo. Os direitos dos jornalistas e editores na Europa estão seriamente ameaçados.”
“A criminalização de atividades jornalísticas é uma ameaça para o de investigação em todos os lugares. Fui formalmente condenado por um poder estrangeiro por pedir, receber e publicar informações verídicas sobre aquele enquanto estava na Europa.”
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Assange falou ainda da mudança drástica nas liberdades de expressão, em 2017, quando Donald Trump tornou-se presidente dos Estados Unidos e nomeou Mike Pompeo como líder da CIA, a agência central de inteligência do país, e William Barr como procurador-geral.
A assembleia em Estrasburgo vai votar nesta quarta-feira (2) novas resoluções que condenam as “acusações desproporcionais” do governo dos Estados Unidos contra Julian Assange.
O jornalista australiano tornou-se mais conhecido em 2010, quando publicou vários documentos confidenciais que confirmavam que os Estados Unidos tinham matado vários civis desarmados no Iraque, dois profissionais da Reuters incluídos. Nunca houve acusações ou condenações nestes casos.
Em junho deste ano, Assange declarou-se culpado do crime de conspiração para obter e divulgar documentos confidenciais pertencentes à Defesa Nacional dos Estados Unidos.
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