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PROJEÇÃO

População do Pará vai parar de crescer em 2048, diz IBGE

O estudo mostra que a população do país vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220.425.299 habitantes. O Pará também está inserido

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Imagem ilustrativa da notícia População do Pará vai parar de crescer em 2048, diz IBGE camera No Estado, o início do “encolhimento” da população começa em 2048, prevê o Instituto | ( Ricardo Amanajás)

A população brasileira está envelhecendo e começa a “encolher” a partir de 2027. A faixa etária acima de 60 anos representava, no ano passado, 15,6% da população, segundo estudo Projeções de População divulgados ontem, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostra que a população do país vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220.425.299 habitantes e chegará aos 199.228.708 habitantes em 2070. No Pará, o início do “encolhimento” da população começa em 2048, prevê o Instituto. Esse fenômeno chamado de inflexão do crescimento populacional deve ocorrer em todos os estados, com exceção do Mato Grosso. Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser os primeiros a reduzir sua população, já em 2027, com o Rio de Janeiro logo a seguir, em 2028.

Comparando os dados de 2000 a 2023, a proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos. A idade mediana da população do Pará foi de 29,7 anos, registrada em 2022. Em 2070, essa média chegará a 50,8 anos. O índice de envelhecimento da população do Pará – que considera a população com 60 anos ou mais para cada grupo de 100 crianças – era de 44,7 em 2022 e alcançará 310,6 idosos para cada grupo de 100 crianças em 2070, projeta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No Brasil, o índice de envelhecimento chegou a 80,0 em 2022.

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Um dos possíveis fatores que influenciam esse encolhimento, segundo o estudo demográfico, é a constatação de que as mulheres brasileiras estão tendo seus filhos cada vez mais tarde no Brasil. Em 2000, a idade média em que as mulheres tinham seus filhos era de 25,3 e passou para 27,7 anos em 2020. Em 2070, essa média etária pode chegar a 31,3 anos. De 2000 a 2023, a taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher. O Pará passou de 3,03 para 1,73.

NASCIMENTOS

Com a redução da fecundidade, o número de nascimentos ocorridos a cada ano também se reduziu ao longo do período analisado pelas Projeções de População: de 3.572.865 nascimentos em 2000, recua para 2.947.296 em 2010 e, a seguir, para 2.574.542 em 2022. Para 2070, as Projeções de População mostram 1.488.161 nascimentos.

A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, chama a atenção para a redução dos nascimentos no país nos últimos anos. “Ainda não sabemos dizer o que, nessa redução, era o esperado e o que foi efeito da pandemia, principalmente a partir de 2021. Estamos aguardando para ver se os dados observados dos próximos anos vão mostrar, ou não, uma recuperação do número de nascimentos para os níveis pré-pandemia”.

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Ela destaca que as regiões que apresentaram maior redução do número de nascimentos ao longo da última década foram o Norte e, principalmente, o Nordeste. De 2000 a 2023, o número de nascimentos no Nordeste recuou de 1,1 milhão para 705,6 mil. No mesmo período, no Norte, esse indicador recuou de 377 mil para 285 mil.

PARA ENTENDER

Causa principal

  • Um dos possíveis fatores que influenciam esse encolhimento, segundo o estudo demográfico, é a constatação de que as mulheres brasileiras estão tendo seus filhos cada vez mais tarde no Brasil.

Mortalidade infantil deve recuar apenas em 2070

O estudo Projeções da População também analisa a taxa de mortalidade infantil, que abrange a mortalidade de crianças com até um ano de idade, que recuou de 28,1 óbitos por mil nascidos vivos em 2000, para 12,5 óbitos por mil, em 2023. Essa taxa, segundo o IBGE, deve recuar para 5,8 em 2070. “Trata-se de uma redução importante desse indicador, que reflete as condições de saúde do grupo etário mais vulnerável da população” destaca Izabel.

A esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023. Entre os homens, esse indicador foi de 67,3 anos para 73,1 anos, no período, e entre as mulheres, de 75,1 anos para 79,7 anos. “Temos observado o aumento desse indicador há algum tempo, com ganhos de anos de vida em todas as idades, principalmente devido aos avanços da medicina”, revela a demógrafa.

Izabel Marri lembra que essa é a primeira Projeção de População a incorporar dados da pandemia, que causou um recuo na esperança de vida do país, de 76,2 anos em 2019 para 72,8 anos em 2021. Mas os dados preliminares de 2023 mostram a esperança de vida subindo para 76,4 anos. “Nossa expectativa é que esse indicador continue a crescer como antes da pandemia. As projeções para 2070 indicam uma esperança de vida de 83,9 anos, sendo 81,7 anos para homens e 86,1 anos para mulheres”, destaca.

As Projeções de População do IBGE utilizam dados provenientes de diversas fontes, como os três censos demográficos mais recentes (2000, 2010 e 2022), a série histórica das Estatísticas do Registro Civil (iniciada em 1974) o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), ambos do Ministério da Saúde, entre outros. Seus cálculos permitem acompanhar a evolução dos padrões demográficos do país.

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