As ruas do centro comercial de Belém registraram um movimento considerável ontem, durante a data marcada pelas promoções da Black Friday. De acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as ofertas deveriam movimentar R$ 4,64 bilhões em todo o país. O número representa 4,3% a mais que em 2022 e, se a previsão se concretizar, será o maior volume de movimentação financeira desde a sua inclusão ao calendário do varejo nacional, em 2010.
Para conseguir fechar bons negócios, as estratégias utilizadas pelos lojistas foram diversas. Alguns estabelecimentos, por exemplo, faziam suspense para atrair os compradores, bloqueando a visão do interior da loja. Outros apostaram no modelo tradicional com decorações chamativas e o famoso bater de palma convidativo à clientela. Porém, seguindo o que vem sendo observado em outros anos, a Black Friday não causou grandes tumultos.
Segundo os lojistas, a circulação de pessoas começou bem cedo pelas ruas da área, antes mesmo da abertura de algumas portas. Por volta das 10h, muita gente já andava pesquisando os melhores preços. “O movimento foi aumentando gradativamente, mas estamos com os estoques bem abastecidos e querendo zerar tudo mesmo. O destaque tem sido para as TV’s que estão saindo bastante. Para se ter noção, temos um caminhão pronto para fazer reposições, se necessário”, contou o gerente Tiago Conceição.
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Presencialmente, produtos como eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, estavam entre os mais buscados pelos consumidores. “Esse ano a Black está bombando e as pessoas estão atrás de tudo mesmo. Os produtos de linha branca como geladeira, fogão, micro-ondas e refrigeradores são os mais comprados nesta época. Com a onda de calor, as centrais de ar condicionado também estão saindo bastante”, revelou o gerente Edson Correia.
A dona Lurdes da Luz, 54, queria garantir um ventilador novo. Ela chegou bem cedo ao comércio para pesquisar bastante, antes de escolher o melhor modelo para casa. “Eu sabia que teria essa sexta-feira de promoção, então vim aproveitar para fazer essa compra. Os preços ainda não estão tão bons quanto imaginei que estariam, mas acho que vai dar para levar sim”, disse.
As ofertas da Black Friday também levaram Josiane Rodrigues, 38, ao centro comercial em busca de um fogão. “Eu já vinha pesquisando bastante os valores e fiquei esperando pela data também. A ideia é levar para casa um modelo com cinco bocas, mas ainda não estou totalmente decidida. Apesar das promoções e até mesmo da facilidade de pagamento, gosto de ter calma para acertar na escolha”, diz.
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A atitude cautelosa tomada por Josiane é uma das orientações sempre destacada por órgãos de defesa do consumidor, para evitar problemas durante as compras na Black Friday. “Tanto na pré quanto na pós-compra, você tem que ficar atento nessas promoções atraentes. Pesquise o preço e analise se ele foi reajustado nos últimos meses e aumentado para poder tentar mascarar uma redução”, orienta a diretora do Procon-PA, Gareza Moraes. Outra forma de evitar cair em possíveis golpes é checar a autenticidade das empresas, principalmente aquelas que estão em sites. “Os endereços autênticos possuem aquele cadeado de segurança. Consulte ainda o CNPJ nos órgãos competentes, para saber se determinada empresa já existe há um tempo ou se foi criada para realizar vendas só nesse período. Algumas fazem isso justamente para aplicar golpes”, alerta.
A informação clara e precisa do produto, formas de pagamento e de entrega são alguns dos principais direitos do consumidor. “O fornecedor, por exemplo, não pode recusar a entrega de um item alegando que terminou o estoque, se o consumidor tiver finalizado a compra. Já no direito do fornecedor, ele pode fazer diferenciação e cobrança de taxas dependendo da forma de pagamento, desde que isso seja informado previamente ao consumidor e essa informação esteja visível durante a compra”, reforçou Gareza.
Troca
Sobre a troca de produtos, a diretora do Procon-PA detalhou que o consumidor possui esse direito caso o bem adquirido esteja com defeito ou vícios. No caso de problemas de fabricação a reclamação pode ser feita dentro do prazo de 30 dias para bens não-duráveis e 90 dias para produtos duráveis. “Vale lembrar que essa regra se aplica às lojas físicas. No caso das compras online o consumidor tem direito ao arrependimento, podendo desistir da compra em até sete dias, independente se ele está com defeito ou não”, pontuou.
Gareza também chama a atenção para os cuidados com a venda abusiva, que ocorre quando o poder de escolha do consumidor é retirado. “Temos um conjunto de situações em que o fornecedor do produto ou serviço acaba prejudicando o consumidor. Um exemplo é a venda casada de produtos. Essa é uma situação onde é informado a promoção, mas somente se o consumidor adquirir um outro junto”, explica.
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