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MEIO AMBIENTE

Pará sedia a Cúpula da Amazônia essa semana

Após os Diálogos Amazônicos, os olhos do mundo e do continente se voltam para os debates ambientais que ocorrem na terça e quarta-feira.

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Imagem ilustrativa da notícia Pará sedia a Cúpula da Amazônia essa semana camera Evento terá a Declaração de Belém, com propostas comuns para os países da região da Amazônia | (Rodrigo Pinheiro/Ag.Pará)

Encerrados hoje (6) os “Diálogos Amazônicos”, realizados no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia desde sexta-feira, dia 4, começa a Cúpula da Amazônia, que será, dentre outras coisas, a culminância da programação anterior e ocorre na terça e quarta-feira, 8 e 9 de agosto. O objetivo do evento, que contará com chefes de Estado do mundo todo, será definir políticas e estratégias para o desenvolvimento sustentável e social da região. O presidente Lula (PT) e diversos ministros de governo participam da programação, além dos presidentes dos países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Em entrevista recente, o presidente da República do Brasil insistiu que é preciso uma política unificada dos países da região amazônica, envolvendo também os povos indígenas, para evitar o desmatamento na área e, ao mesmo tempo, garantir a sobrevivência das 28 milhões de pessoas que vivem aqui.

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Ele também vem defendendo a discussão de uma posição conjunta para ser levada à COP28, a Conferência do Clima das Nações Unidas, nos Emirados Árabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro. A Cúpula é um dos inúmeros eventos que devem ocorrer nos próximos dois anos em preparação à COP 30, que será sediada na capital paraense no ano de 2025. Vale lembrar que se trata de um evento inédito como um todo, já que é a primeira vez que os países amazônicos se reúnem para elaborar políticas comuns.

CONVITES

Além dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA) – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – foram convidados o Congo, a República Democrática do Congo e a Indonésia (países com florestas tropicais), São Vicente e Granadinas (país que ocupa a presidência da CELAC), a Guiana Francesa (representada pela França), a Alemanha e a Noruega (principais doadores do Fundo Amazônia), além do presidente da COP28 e de representantes de bancos de fomento, como BID, NBD (Banco dos Brics), entre outros.

Na véspera da Cúpula, no dia 7, haverá uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores e do Meio Ambiente dos oito países amazônicos. No dia 8, acontece a Cúpula propriamente dita, com os presidentes e representantes dessas nações. Na quarta-feira, dia 9, ocorre a reunião ampliada, com os países e organismos convidados. Por fim, no dia 10 haverá uma reunião organizada pelo IBGE com as diversas entidades de financiamento que estarão presentes na cúpula.

DECLARAÇÃO

Graduado em Direito do Comércio Internacional, Direito dos Investimentos e Ambiental, além de Mestrado em Direito Internacional, o paraense Gabriel Lisboa avalia não existir cidade melhor no Brasil para sediar esses grandes eventos do que Belém. “Pelo simbolismo de ser a Metrópole da Amazônia, por ter os governos estadual e municipal alinhados com o governo federal no quadro político, e principalmente por ser um centro de convergência dos movimentos indígenas, dos sem-terra, dos quilombolas, das mulheres, das periferias urbanas e da juventude”, justifica.

Ele ainda faz um resgate de um outro evento de cunho social e ambiental que Belém sediou recentemente. “Não por acaso, a décima edição do Fórum Social Pan-Amazônico, no ano passado, reuniu cerca de 15 mil participantes dos países que compartilham a bacia do Rio Amazonas, com uma expressiva representação de indígenas, notadamente mulheres, destes países”, pontua.

Com relação às críticas, segundo ele, sempre existirá quem diga que a cidade não está preparada para acolher um evento de tamanha magnitude e apontará para as deficiências em infraestrutura, transporte e esgotamento sanitário. “Porém, penso exatamente o contrário: já está na hora de as principais autoridades do mundo pararem de discutir o futuro nos poucos nichos de prosperidade que este planeta dispõe. É hora de ver de perto as consequências de um modelo perverso que destrói a natureza e a humanidade. E mais do que ver, ouvir e sentir essa força”, conclui Gabriel.

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