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NASCIMENTO

Caso raro: Mulher tem parto empelicado de gêmeos no Pará

O fato raro surpreendeu os profissionais de saúde do hospital. A mãe e os gêmeos estão saudáveis.

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Imagem ilustrativa da notícia Caso raro: Mulher tem parto empelicado de gêmeos no Pará camera ( Divulgação )

Raiza da Silva de Andrade vivia a ansiedade da maternidade, só não esperava que o final fosse em grande estilo. Grávida de gêmeos, a surpresa maior veio mesmo na hora do parto: um dos bebês nasceu ainda empelicado.

Isso acontece quando a bolsa amniótica, que protege o bebê durante a gravidez, não se rompe durante o trabalho de parto. O nascimento de um bebê empelicado é considerado raro no mundo da obstetrícia, já que o mais comum de acontecer é o rompimento do saco gestacional, quando o bebê está prestes a nascer.

Muito raro: parto de gêmeas tem uma bebê empelicada no Pará

A cena surpreendeu toda a equipe de médicos do Hospital Público Geral Castelo de Sonhos João Trevisan Sobrinho, localizado na região de Altamira, área de integração do Xingu.

“Sorte de a bolsa não romper e a gente conseguir testemunhar o momento mágico daquele bebê ali dentro ainda se mexendo, vendo a vida começar”, diz Katrine Lopes, médica obstetra que acompanhou o parto.

Os gêmeos após o nascimento, filhos de Katrine Lopes.
📷 Os gêmeos após o nascimento, filhos de Katrine Lopes. |( Divulgação )

Trabalhando como técnico de enfermagem instrumentador há dois anos, Allan da Costa já participou de vários partos, mas esse entrou para a história. “Foi o que mais a gente se comoveu, foi totalmente diferente. A primeira menina saiu com a bolsa rompida e o segundo, a gente conseguiu retirar na bolsa. Então, foi muito gratificante pra toda a equipe do centro cirúrgico, pra toda a equipe do hospital”, relembra.

De janeiro até os primeiros dias de junho, o HRGCS realizou 109 partos, entre normais e cesáreas. A unidade de saúde oferta atendimentos em regime ambulatorial, de urgência e emergência e dispõe de diversas especialidades médicas, como anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral, clínico geral, ortopedia e traumatologia, pediatria, ginecologia e obstetrícia, além da realização de procedimentos cirúrgicos.

O setor de ginecologia e obstetrícia é um dos que mais vem crescendo dentro da unidade. Para o diretor-técnico do Hospital de Castelo de Sonhos, Douglas Rosa do Nascimento, um nascimento como esse, diferente, mostra que o hospital está preparado. “Ficamos muito felizes com essa notícia, com essa possibilidade. Graças à humanização da equipe, ao cuidado de todos, mãe e bebês passam bem, seguem em observação e logo terão alta”, antecipa.

Emocionada e tentando entender tudo o que aconteceu, Raiza, no momento, só consegue agradecer: “Pra mim, foi um parto muito bom, né? Doutora Katrine, uma excelente médica. Fui bem atendida, meus filhos estão com saúde. Só posso agradecer ao hospital por todo o cuidado.”

ENTENDA

Conforme especialistas, o bebê empelicado costuma ocorrer com maior frequência em cesarianas, pois há a chance de a bolsa se romper quando o bebê é expelido pela vagina. Porém, esse fenômeno também pode ocorrer em partos normais, especialmente em casos de bebês prematuros, em que a criança é menor.

Outras condições são os partos gemelares com bebês prematuros, partos gemelares com cada bebê dentro da sua bolsa e cesarianas de bebês muito prematuros com incisão vertical e ampla no corpo do útero.

Esse fenômeno não traz nenhum risco para a mãe e para o bebê. Mas também há benefícios, pois esse tipo de parto pode ser uma forma de proteger o recém-nascido.

Caso a gestante tenha alguma doença infecciosa, por exemplo, se for um parto o bebê empelicado, a criança não entra em contato com o sangue da mãe, o que protege ela da contaminação. Além disso, a bolsa amniótica protege o bebê contra possíveis traumas na hora do parto.

O Hospital - Em funcionamento desde julho de 2020, o Hospital Público Geral de Castelo de Sonhos João Trevian Sobrinho tem tornado mais prática a vida dos moradores do distrito, como também dos moradores das localidades de Cachoeira da Serra e Villa Isol, que até então tinham que se deslocar por cerca de 1.100 km para chegar em Altamira, na região do Xingu, em busca de atendimentos e internações.

Com perfil de baixa complexidade e restrito a internações de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) referenciados pela atenção básica dos municípios, o hospital também tem facilitado o acesso à saúde para a população que vive em localidades à margem das rodovias BR-230 (Transamazônica) e BR-163 (Santarém-Cuiabá).

O Hospital Geral de Castelo de Sonhos é público e administrado pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade possui atendimento de Emergência e Ambulatorial e ocorre de forma referenciada, encaminhado ao Hospital por meio da Regulação Estadual, SAMU, Corpo de Bombeiro e Polícia Rodoviária e Militar.

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