Doença não transmissível, caracterizada por manchas brancas devido à perda da melanina, que é o pigmento natural da pele, o vitiligo assusta inicialmente pelo surgimento em algumas partes do corpo, mas a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) orienta a população a procurar o diagnóstico em caso de sintomas e o tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na rede pública.
De acordo com a Sespa, o vitiligo não está entre as doenças de notificação obrigatória no protocolo do Ministério da Saúde, por isso, não é possível precisar quantas pessoas no Pará convivem com a doença.
Imprecisas também são as suas causas, já que informes da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mencionam que “fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo, isto é, quando o próprio organismo produz autoanticorpos contra os melanócitos, que são células que dão a coloração normal à pele, deixando-a sem cor.
Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença, bem como fatores genéticos, conforme explica a médica dermatologista Simone Bentes, do hospital Ophir Loyola. “Sabe-se que de 20 a 30% dos pacientes possuem história familiar de vitiligo”.
Segundo Simone, qualquer parte do corpo pode ser acometida pela doença. “Os lugares mais comuns são ao redor dos olhos, nas pálpebras, perto da boca e nos genitais. As manchas também podem aparecer nas extremidades, nas mãos e nos pés, embora possam acontecer em qualquer lugar”, explica.
A doença pode acometer homens, mulheres e até crianças, de diferentes idades e raças, sem comprometimento da saúde física, mas com diferentes níveis de perda da autoestima, já que as manchas afetam a aparência da pele. Muitas vezes surge após algum trauma emocional, como perda familiar, separações, mudanças de escola, cidade ou residência.
A médica chama a atenção para a devida conclusão do diagnóstico de vitiligo por meio de exame clínico e até biópsia de pele, já que outras doenças dermatológicas também se manifestam com manchas brancas, como Pitiríase Alba, Nevo Acrômico, Hanseníase e Hipopigmentação pós-inflamatória.
Tratamento
Também segundo Simone Bentes, o tratamento não comporta a cura, porém, o controle da doença. “Vai variar de acordo com a área atingida, pois o tratamento é individualizado e os resultados podem variar entre uma pessoa e outra. Por isso, somente um dermatologista pode indicar a melhor escolha. O Dia Mundial do Vitiligo é lembrado dia 25 de junho.
As opções de tratamento incluem medicações tópicas e orais, associadas ou não à fototerapia, uma modalidade terapêutica muito utilizada e eficaz no vitiligo.
Pacientes devem evitar fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como usar roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar.
“O ideal é usar filtro solar acima do fator 50, já que a a melanina é uma proteção natural contra a radiação e, na ausência dela, ficam mais vulneráveis às patologias desencadeados pela exposição solar”, aconselha a dermatologista, ao destacar ainda a necessidade de acompanhamento psicológico, já que é uma patologia que há envolvimento emocional, seja pelo estigma ou pelo próprio aparecimento e persistente dos sintomas.
Fluxo no SUS
Para ter atendimento no SUS, a pessoa que manifestar sinais de vitiligo deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência munida de documentos e do cartão SUS a fim de ter os primeiros atendimentos com médico clínico. Dependendo das evidências clínicas, pode ser encaminhado a ambulatórios que atendam Dermatologia na rede pública de acordo com a localização e referências contidas nos sistemas de regulação.
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