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Preço alto de material escolar assusta consumidores

Pesquisa do Dieese aponta um reajuste de 6% em relação ao ano passado, principalmente no caderno. Para economizar, é preciso bater perna

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Imagem ilustrativa da notícia Preço alto de material escolar assusta consumidores camera Mesmo com preços mais caros, a expectativa de um bom movimento nas livrarias é grande neste fim de semana, com as compras de última hora | Foto: Ricardo Amanajás

Quem ainda está na correria para a compra do material escolar neste início de ano tem tido uma surpresa nada agradável com os preços. É que a grande maioria dos itens da “cesta de material escolar”, de acordo com o Dieese Pará, sofreu reajuste bem superior à inflação, calculada em torno de 6% em relação a 2022, com destaques para os cadernos, canetas e mochilas.

O levantamento, divulgado ontem (20), analisou o valor de 50 itens que fazem parte da lista frequente de material escolar, durante o período de 17 a 19 de janeiro de 2023, em diversas lojas de departamento, papelarias e livrarias de Belém.

Nas lojas de papelarias da cidade, os consumidores legitimam a pesquisa e reclamam da alta nos preços. “A impressão que tenho é que todo o ano os itens de material escolar só ficam cada vez mais caros. Esse ano não tive tempo de pesquisar o menor preço e, inclusive agora, preciso comprar toda a lista que a escola passou, já estou levando os meus sustos”, revela a estudante universitária Paolyne Pantoja, 30 anos, enquanto realizava as compras para o filho numa papelaria localizada na Padre Eutíquio, em Belém.

ECONOMIA

O estudo aponta reajustes altos em itens como corretivo líquido; apontador; pacote da caneta esferográfica; régua escolar transparente; mochilas e o maior dos vilões: o caderno.

A administradora de empresas Irene Tavares, 61 anos, é avó de duas crianças que irão retornar às aulas na próxima semana. Concentrada, ela passeia entre os corredores analisando os preços de cada item listado pela escola e, ao ser perguntada sobre qual o produto mais pesa no orçamento, não pensa duas vezes. “O caderno está muito caro! Tudo está caro, mas o caderno sem dúvidas é o que mais assusta no preço, com certeza”, afirma.

Materiais escolares serão arrecadados em campanha

Desde cedo nas ruas para a compra dos materiais, Irene confessa que a estratégia para economizar é levar produtos de outras marcas e optar pelo mais barato, o importante é não deixar de adquirir e assistir os netos no que for necessário. “A gente faz essa pesquisa, compra itens de outras marcas, mas o importante mesmo é focar na educação deles e dar suporte no que for necessário para o futuro de cada um”, comenta.

Ainda na Padre Eutíquio, passando pelo mesmo sufoco, a dona de casa Merilis Raminho, 33 anos, já tem outra estratégia. Atrás de lápis, canetas e cadernos para o início das aulas dos dois filhos, afirma que vai comprar apenas o necessário neste primeiro momento. “Volta às aulas é sempre assim, os preços sobem mesmo, o caderno é muito caro. Mas vou comprar aqui apenas o indispensável, o que eles precisam para estudar e ir à aula. Depois, quando essa correria passar um pouco, vou pesquisar os preços e comprar mais barato, os preços sempre caem após essa época”, explica.

Mãe de um bebê de um pouco mais de um ano, Eliane Araújo, 31 anos, comerciante, revela que costuma pesquisar bem antes de ir às compras, porém, dessa vez não teve muito tempo por conta dos cuidados com o filho. “Minha outra filha vai começar a estudar na próxima segunda-feira e não tive tempo de fazer o que sempre faço: pesquisar. Vou levar todos os itens da lista e, sem dúvidas, os preços subiram em comparação ao ano passado. Esse ano não vai ter caderno com personagem, vai ser caderno com capa lisa porque estão mais baratos”.

Vou comprar apenas o indispensável, o que eles precisam para estudar e ir à aula. Depois, vou pesquisar os preços e comprar mais barato, os preços sempre caem após essa época”, Merilis Raminho, Dona de casa.

PARA ENTENDER

itens proibidos

- A volta às aulas é sempre movimentada e, por muitas das vezes, os pais não têm tempo para verificar se os itens da lista que a escola repassa são realmente obrigatórios. Por isso, é importante saber que existem alguns direitos que são resguardados por lei e os pais e/ou responsáveis só comprar aquilo que realmente for necessário.

- Vinculado à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o Procon Pará alerta sobre as práticas abusivas ao consumidor neste período de volta às aulas. Entre os itens proibidos, que não podem constar da lista de material, estão álcool gel; agenda escolar da instituição de ensino; balões; canetas para quadro branco ou para quadro magnético; clips; copos, pratos, talheres e lenços descartáveis; giz branco e colorido; grampeador; grampos; lã; marcador para retroprojetor; medicamentos ou materiais de primeiros-socorros; material de limpeza em geral; papel higiênico; papel convite; papel para impressoras; rolo de fita dupla face; fita durex; fita gomada; sabonete e tinta para impressora.

ÚLTIMA HORA

Segundo a gerente de loja, Suzy Quaresma, 30 anos, as duas primeiras semanas de janeiro atingiram o pico de vendas, a maioria dos pais já se preparava com antecedência para a volta às aulas dos filhos. Desde quarta-feira (18), o movimento caiu um pouco, mas a expectativa para o final de semana é alta. “Acredito que neste final de semana o fluxo vai aumentar novamente, sempre tem os pais que deixam para a última hora por conta da falta de tempo e uma série de outras coisas. Então, a expectativa para as vendas é alta”.

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