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GRANDES FILAS

CadÚnico: Belém tem 11 mil famílias que podem ficar de fora

Atualização cadastral pode ser feita nos Cras da capital e na Central do CadÚnico. Prazo para procedimento foi prorrogado por mais 30 dias

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Imagem ilustrativa da notícia CadÚnico: Belém tem 11 mil famílias que podem ficar de fora camera Marcos Aleixo na fila do Cras | Reprodução/RBATV

Moradores da capital paraense enfrentaram longas filas desde a madrugada de ontem (13) para realizar a atualização cadastral do Cadastro Único (CadÚnico) em diversos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) de alguns bairros de Belém. O prazo para regularizar o cadastro, que encerraria hoje (14), foi prorrogado ontem para mais 30 dias, pelo Ministério da Cidadania.

A atualização é um procedimento necessário para manter ativa a inscrição em benefícios como o Auxílio Brasil, que garante o pagamento mensal mínimo de R$ 600,00 aos beneficiários, e outros programas sociais.

Tem direito ao benefício famílias em situação de extrema pobreza, que possuem renda familiar mensal per capita de até R$ 105,00, assim como aquelas em situação de pobreza, com renda familiar mensal per capita entre R$ 105,01 e R$ 210,00. Dados do Ministério da Cidadania apontam que 263 mil famílias no país ainda precisam realizar a atualização cadastral.

Atualização do Cadastro Único é prorrogada por mais 30 dias

Só em Belém, há cerca de 20 mil famílias aptas para a atualização, no entanto, apenas 9 mil realizaram o procedimento até o momento, o que gera preocupação na direção da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), responsável pela coordenação do banco de dados do CadÚnico na capital paraense. Afinal, 11 mil famílias podem perder o direito aos benefícios previstos.

SENHAS

Uma das pessoas que madrugaram na fila ao redor do Cras Terra Firme, na travessa Lomas Valentinas, no Marco, foi o carpinteiro Emilson Silva, 50 anos, que chegou ao local por volta das 4h30 de ontem. Ele fez há dois anos a última atualização do cadastro. “Estou inscrito na Tarifa Social de Energia Elétrica como baixa renda, para conseguir o desconto na conta de energia. E agora vou tentar me inscrever para, também, receber o Auxílio. Estou esperando abrirem os portões para tentar pegar uma senha. Faço bicos, mas as contas não fecham”, declarou o beneficiário, que mora com a esposa na Terra Firme. Além da longa espera, os populares criticavam a pequena quantidade de senhas distribuídas. De acordo com a artesã Nina Fonseca, 64 anos, são distribuídas somente 20 senhas no turno da manhã e mais 20 no turno da tarde, no Cras Terra Firme, o que inviabiliza o atendimento de grande parte do público.

Ela chegou ao local por volta das 4h. “Essa é a terceira vez que venho aqui, do mês passado para cá, só que nunca chega ficha para todos e nunca tem funcionário para atender. Acho isso uma falta de respeito com a classe baixa. Eles falam que só são 20 fichas de manhã e 20 à tarde. É sempre a mesma história. Na primeira vez, recebi o Auxílio, mas dessa vez não consegui. É por isso que vim para me recadastrar e tentar conseguir. Moro de aluguel”, criticou, ao ressaltar que aquela unidade atende pessoas dos bairros do Marco e Terra Firme e, por isso, a procura é grande.

Outra unidade que registrou uma procura intensa ontem de manhã foi o Cras Guamá, na Rua Augusto Corrêa. Dentre as pessoas que aguardavam na fila estava a dona de casa Michelle Lobato, 28 anos, que mora na Terra Firme junto com três filhos. A beneficiária do Auxílio Brasil já havia procurado o Cras da Terra Firme duas vezes, mas não conseguiu atualizar o cadastro. “Como estava dando muita gente lá, e é difícil de conseguir, vim tentar aqui. Cheguei umas 5h e pouco, mas tem gente que dorme na fila esperando. Recebo o Auxílio Brasil desde 2014. No momento pago aluguel e moro com os meus três filhos, então essa renda ajuda muito”, afirmou.

A diarista Marcia Duarte, 37 anos, também chegou de madrugada ao local com a esperança de, desta vez, conseguir ser atendida. “Já recebo o Auxílio Brasil há bastante tempo. Já fui na João Paulo (no Cras) duas vezes. Mas são só 20 senhas e não consegui. É a primeira vez que venho nesse e vou ver se consigo atendimento”, disse ela, que faz bicos como diarista e mora com a irmã e o filho.

Para ajudar no processo de recadastramento, a Funpapa informou que antecipará o atendimento hoje, iniciando às 7h, em todos os 12 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade e na Central do CadÚnico, localizada na avenida Augusto Montenegro. (Com informações da Agência Belém)

PARA ENTENDER

Situação no Pará

- O Pará lidera a lista de estados da região Norte como o que teve mais famílias incluídas em agosto de 2022 no Auxílio Brasil. São 141,7 mil novas concessões em relação a julho. Ao todo, há 1,2 milhão de famílias beneficiárias, a partir de um investimento de R$ 752,9 milhões. O benefício médio é de R$ 610,19.

- O programa permanente de transferência de renda do Ministério da Cidadania está presente em 144 municípios do Pará. Belém é o que reúne o maior número de contemplados. São 184 mil famílias, a partir de um repasse de R$ 109,6 milhões. Na sequência aparecem Abaetetuba, com 43,4 mil famílias, Santarém (42,4 mil) e Ananindeua (40,4 mil).

Fonte: Ministério da Cidadania

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