As altas do preço da cesta básica não têm afetado apenas o orçamento das famílias, mas também de quem trabalha com venda de lanches de rua. O motivo se deve ao fato desses estabelecimentos usarem alimentos que integram a lista de compras, como carne, óleo, pão, entre outros produtos, no preparo dos lanches vendidos nos tradicionais carros nas ruas de Belém.
No último mês de julho, por exemplo, a cesta básica na capital teve aumento de 14%, e no acumulado dos últimos doze meses alta de 21%, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA).
PÃO
Um dos produtos mais caros da cesta básica, embora seja essencial aos lanches de rua, o pão é um dos que mais preocupam os proprietários dos carros de venda pela cidade. “Nós compramos, diariamente, cerca de 500 pães para preparo do lanche, então não teve como não sentir a alta do preço. Chegamos a pensar em reduzir essa quantidade, mas ainda bem que como temos uma tradição com os clientes e conseguimos manter a venda dos nossos lanches”, disse Marinaldo Lima, gerente do Mário Lanches, que funciona na travessa Vileta, esquina com a avenida Almirante Barroso.
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Também na lista dos produtos mais caros da cesta básica, e muito utilizado no preparo dos lanches, o óleo de soja também tem causado preocupação, como no tradicional Oficina do Lanche, que fica na praça Amazonas, no bairro da Cidade Velha, que utiliza cerca de 5 caixas, que contam com 24 recipientes do produto cada. “É um consumo muito alto de óleo aqui, mas não tem como ser diferente. É uma realidade, mas se temos nossos clientes então temos que encarar até como um investimento”, declarou Daniela Santos, encarregada do estabelecimento.
Mas, na realidade, os desafios dos estabelecimentos são ainda mais amplos, uma vez que os produtos em geral têm sofrido reajustes constantes. “O impacto tem sido em tudo, porque trabalhamos com leite e seus derivados, hortifrútis, os vários tipos de carne como picadinho, filé e picanha, e ainda tem o gás de cozinha que consumimos muito”, disse Gilson Amaral, proprietário do Gilson Lanches, que fica no bairro do Jurunas.
CAUTELA
Os proprietários dos lanches de rua mantêm a cautela na hora de repassar os preços aos clientes. “Temos que reajustar os preços, não para ter lucro, mas para não ter muitas perdas com o aumento desses produtos. Sabemos que os clientes também são afetados, então não podemos exagerar nos preços, mas manter os mesmos preços pode fazer com que muitos estabelecimentos venham a falir”, concluiu Gilson Amaral.
O impacto tem sido em tudo, porque trabalhamos com leite e seus derivados, hortifrutis, vários tipos de carne, e ainda tem o gás de cozinha”. Gilson Amaral, Dono do Gilson Lanches.
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