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CRISE NAS CLÍNICAS

Mais de 2 mil podem ficar sem tratamento de diálise

Defasagem da tabela do SUS e o piso da enfermagem seriam entraves para a continuidade de clínicas privadas que prestam o atendimento

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Imagem ilustrativa da notícia Mais de 2 mil podem ficar sem tratamento de diálise camera Muitas das cerca de 840 clínicas que oferecem o serviço no país ameaçam não atender novos pacientes encaminhados pelo SUS, segundo associação que as representa | Pedro Guerreiro/ Agencia Pará

Mais de 150 mil pacientes renais crônicos, que fazem tratamento de diálise em todo o Brasil, estão mobilizados para garantir o procedimento. De acordo com a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e a aprovação do piso da enfermagem, “impedem a continuidade de clínicas de diálise privadas que prestam o atendimento aos pacientes encaminhados pelo SUS”.

Muitas das mais de 840 clínicas que oferecem o serviço em todo o Brasil, já ameaçam não atender a novos pacientes encaminhados pelo SUS. No Pará, cerca de 2.500 pacientes fazem tratamento de diálise em 21 clínicas distribuídas pelo Estado.

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MOBILIZAÇÃO

Nesta quinta, 25, pacientes e responsáveis pelo atendimento fazem mobilizações em todas as cidades onde existem clínicas que oferecem o tratamento de diálise. As mobilizações estão sendo organizadas pela ABCDT, que considera este o Dia D da Diálise. A intenção é sensibilizar os governantes e a sociedade sobre a grave crise financeira enfrentada pelas clínicas de diálise que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a Associação, os repasses feitos pelo governo federal tornaram-se insuficientes diante dos aumentos de custos. “Dependendo do porte da clínica, os valores recebidos pela prestação de serviços estão de 32% a 49% abaixo do custo real do tratamento”, diz a ABCT em material distribuído para a imprensa. A Associação pede ao menos 32,07% de reajuste na tabela SUS.

Os dirigentes informam ainda que esse cálculo não considera o impacto financeiro do aumento salarial de enfermeiros e técnicos, que pelos cálculos iniciais fica com defasagem média próxima a 57% em clínicas de grandes centros urbanos, cujo salários são mais altos.

“Sem recursos, muitas clínicas deixaram de fazer investimentos, e na atual conjuntura, podem vir a fechar. Estamos agora apelando para o governo federal, para estados e municípios em busca de auxílio financeiro”, informa o presidente da Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Yussif Ali Mere Júnior. Segundo ele, a tabela do SUS estabelece os valores a serem pagos às clínicas muito abaixo dos custos “e não resolveu as nossas dificuldades”. “Usamos máquinas e insumos importados, cujos preços aumentaram muito nos últimos anos. Hoje, o SUS paga R$ 218,47 por diálise, contra um custo médio de R$ 288,54 por sessão. É um déficit de R$ 70. Com a grande defasagem no valor do reembolso, a maioria das prestadoras de serviço ao SUS precisa recorrer a empréstimos. Há um risco real de desassistência no setor”, explica o presidente da ABCDT.

SEM RETORNO

O DIÁRIO encaminhou ao Ministério da Saúde, solicitação sobre a posição do governo federal frente a essa situação. Mas, até o fechamento desta matéria, não houve retorno da Assessoria de Comunicação do ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

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