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Professora foi amordaçada e levou duas facadas do sobrinho

O delegado Cláudio Galeno, responsável pelo caso, detalha como a polícia chegou aos autores do crime e revela detalhes chocantes sobre o assassinato da professora Maria Mendonça dos Santos.

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Imagem ilustrativa da notícia Professora foi amordaçada e levou duas facadas do sobrinho camera Luiz Reginaldo nega autoria do crime. Celular da vítima foi encontrado com a ex-mulher dele. | (Foto: Reprodução RBATV)

No dia 31 de julho, o cadáver da professora aposentada Maria Mendonça dos Santos foi encontrado, pelo Corpo de Bombeiros, enterrado no quintal da própria casa, no bairro de São Brás, em Belém. Posteriormente, exames forenses realizados pela Polícia Científica do Pará constataram que a vítima havia sido morta a golpes de faca.

Na última quarta-feira (17), um sobrinho da vítima, Luiz Reginaldo Mendonça dos Santos, que é motorista de aplicativo, e sua ex-mulher Jéssica Aniele Araújo Silva, que também era diarista na casa da vítima, foram presos pela Polícia Civil e acusados da autoria do crime.

Na rua onde está a casa da vítima, vizinhos se mostram indignados com a notícia de que Maria Mendonça foi morta a golpes de faca pelo próprio sobrinho e pela ex-mulher dele.

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“A gente tomou um susto, porque ele sendo da família e fazer isso com a tia dele. Égua! Tá todo mundo revolta aqui, mas já temos a nossa resposta e agora a gente quer justiça e que ele seja preso mesmo”, comentou Rosângela Santiago, que ficou ainda mais revoltada ao saber que Luiz Reginaldo chegou a ser visto chorando em frente à residência da tia, no dia em que o corpo da vítima foi encontrado.

“No dia em que ela foi achada enterrada no fundo do quintal, como eu não estava aqui, me passaram um zap dizendo que ele (o sobrinho) estava aqui na porta da casa chorando”, revelou.

De acordo com o diretor da Divisão de Homicídios, delegado Cláudio Galeno, as investigações mostraram que o casal premeditou o crime ocorrido no dia 13 de julho passado.

“A Delegacia de Desaparecidos, que fez um trabalho hercúleo e glorioso, conseguiu identificar que, após as tentativas de ligação dos familiares para o telefone da vítima, inexplicavelmente, a Jéssica, ontem presa, retornou uma das ligações para uma sobrinha da vítima que mora no Mato Grosso. Foi aí que a família passou a ter aquela desconfiança. Foi também o ponto certo para iniciarmos a investigação sobre a Jéssica”, declarou Galeno.

“A investigação também conseguiu identificar que o Reginaldo, logo após a morte da tia, passou a transferir valores exorbitantes em dinheiro, uma vez que ele não tinha uma renda fixa por trabalhar como motorista de aplicativo. Além disso, o comportamento dele desde o primeiro momento em que se iniciaram as escavações no quintal da vítima foi visto como suspeito pelos investigadores que atuaram no caso”, acrescentou.

Pedreiros podem ter sido usados para "enterrar" aposentada

Segundo o delegado, o celular da vítima foi encontrado em um fundo falso da bolsa da principal suspeita, Jéssica Silva, pelos agentes da Divisão de Homicídios. Quando confrontada com essa evidência, a suspeita decidiu confessar o crime.

“Ela, após essa descoberta, contou detalhadamente os detalhes sobre o crime. Revelou que colocou um pano na boca da vítima, para que ela não pudesse mais gritar, e o Reginaldo efetuou duas facadas na vítima. Uma na barriga e outra na jugular. Depois disso, enrolaram seu corpo em uma rede e a enterraram no quintal. Depois, ela se comprometeu a trazer mais uma vez pedreiros para melhorar o piso que o Reginaldo havia feito com uma massa no dia do crime”, detalhou.

Negativa de autoria e frieza

Acusado de ter assassinado a própria tia e madrinha, Luiz Reginaldo Mendonça negou participação no crime. “Nunca jamais faria isso com a minha tia”, declarou aos repórteres durante sua apresentação na Divisão de Homicídios.

Parentes do acusado e da vítima se mostraram chocados com a frieza de Luiz Reginaldo, principalmente por ele ter estado no IML no dia da liberação do corpo e também comparecido ao sepultamento da própria tia e madrinha dele.

Vídeos mostram suspeitos na cena do crime

O diretor da Divisão de Homicídios, Cláudio Galeno, revelou ainda que o trabalho de investigação também contou com o auxílio de vídeos de câmeras de segurança para identificar os dois envolvidos.

Nas imagens, é possível ver quando um carro de aplicativo chega na rua da casa da vítima, na passagem Honorato Figueira. O suspeito desce do veículo e, após alguns instantes, segue caminhando em direção à casa da vítima. Depois sai do veículo a acusada.

Em outro vídeo, a vítima aparece varrendo em frente à casa da mãe dela. O imóvel fica a pouco metros de onde a aposentada mora. A suspeita conversa com a vítima por alguns minutos e as duas seguem para a residência da idosa.

Essas imagens são as últimas em que Maria Mendonça aparece com vida. A polícia acredita que a vítima foi morta meia hora depois que o casal chegou na rua.

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