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VERÃO 2022

Férias exigem atenção maior às crianças

Desde a alimentação até a prevenção de acidentes, pais e responsáveis devem ficar atentos para evitar que os pequenos tenham qualquer tipo de problema, garantindo um mês de julho tranquilo

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Imagem ilustrativa da notícia Férias exigem atenção maior às crianças camera ( Reprodução )

Por diferentes motivos, as crianças demandam maior atenção durante o período das férias, seja pelo risco de se perderem nas praias, pela necessidade de cuidados na água ou ainda pela maior facilidade de desidratar diante do calor intenso. Para que as férias sejam aproveitadas com segurança neste período de verão amazônico, pais e responsáveis precisam redobrar os cuidados com os pequeninos.

O período das férias escolares costuma ser especial para as crianças, já que é um mês em que elas podem brincar e fazer diferentes atividades ao ar livre. Diante de tanta energia que as crianças têm a gastar, a médica pediatra e professora da faculdade de medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Lêda Lima, reforça a necessidade de os pais manterem vigilância constante porque esse também é um período de maior suscetibilidade para as crianças.

ALIMENTAÇÃO

No caso das frutas e sucos, a médica aponta que o ideal é levar a alimentação de casa, observando para que sejam devidamente higienizadas (as frutas precisam ser lavadas com água e sabão, e deixadas de molho na água com hipoclorito ou com vinagre). O recomendável é evitar dar sucos comprados em locais que não conheça porque não se sabe a procedência da água. Se a água usada para fazer o suco não for de boa procedência, pode causar gastroenterite na criança ou problemas com parasitoses. Então, é bom evitar tanto os sucos, quanto as frutas compradas fora de casa.

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No caso das refeições principais, recomenda-se dar preferência às preparações caseiras. Na praia, é preciso observar a procedência da comida, como ela foi preparada, se a cozinha é higiênica. Mantendo esses cuidados, de maneira geral, a comida consumida pela criança pode ser a mesma da família, claro, observando-se a idade da criança e a recomendação do seu pediatra. De preferência, os pais devem provar a comida antes de oferecer à criança para verificar se, de repente, não há algo estragado ou passado. Também deve-se evitar comer legumes e verduras crus fora de casa, também por não se saber a procedência da higienização.

A médica Lêda Lima reforça a necessidade de vigilância constante
📷 A médica Lêda Lima reforça a necessidade de vigilância constante |Arquivo pessoal

A professora Lêda Lima destaca que, realmente, as crianças correm maior risco de desidratação porque gastam mais energia, brincam mais do que estão acostumadas neste período e, além disso, ainda há o calor solar que aumenta a perda líquida da criança. Com isso, é necessário oferecer líquido para ela, preferencialmente água, de hora em hora, por mais que ela não sinta sede. Não adianta esperar a criança ter sede para começar a hidratá-la, já que essa hidratação precisa ser preventiva.

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Para verificar como está a hidratação da criança, é interessante avaliar a diurese, a cor da urina. Lêda explica que a urina tem que estar com um amarelo bem claro, quase transparente. Além disso, os olhos precisam estar úmidos, a língua bem molhada. Esses são fatores que podem ajudar os pais a observar se acriança está bem hidratada.

VIROSES E INFECÇÕES

Confira e atualize as vacinas da criança antes da saída às férias.

O ideal é atualizar o calendário vacinal da criança para que ela possa ir às férias com o maior número de imunizantes feitos. Em relação às vacinas, a médica Lêda Lima aponta que têm sido observados alguns casos de sarampo, então a vacina tríplice viral é muito importante. Outra recomendação é em relação à Hepatite A, uma gastroenterite muito comum nessa época e que também pode ser prevenida através de vacina. Também é fundamental a imunização contra o rotavírus, que é uma gastroenterite que pode causar uma lesão grave no intestino; a vacinação contra a influenza e, para as crianças maiores de cinco anos, a vacinação contra a Covid-19.

Evite se deslocar, caso acriança já esteja doente.

Durante este período do ano, normalmente são vistas muitas infecções relacionadas a parasitoses, principalmente porque as crianças ficam em maior contato com o ambiente, e as viroses, sobretudo as respiratórias. O que a médica orienta é que, se a criança estiver com alguma virose, com algum processo de infecção respiratória, que não se desloque para locais que não possua atendimento médico. O ideal seria esperar os três primeiros dias porque é o período em que, geralmente, a criança começa a produzir anticorpos e a virose vai melhorando.

Evite aglomerações e dê preferência a locais abertos.

É recomendável que essa criança não fique em locais aglomerados, o ideal seria ela brincar em locais abertos, lugares que ela possa estar respirando um ar salutar e evitar, nesse período, aglomerações fora do seio familiar ou aglomerações onde tenham muitas crianças porque a gente nunca sabe quem ali está gripado ou resfriado. Além de evitar aglomerações, deve-se continuar mantendo o cuidado com a higienização das mãos e cuidar bem da alimentação, que é muito importante porque dá à criança todo o substrato energético e de vitaminas.

Em caso de infecções intestinais mais graves, busque atendimento médico.

Em relação às infecções intestinais, se a criança tiver, por exemplo, um quadro de diarreia ou de vômito, o ideal seria fazer soro de reidratação oral. De qualquer modo, o recomendável é que a criança seja avaliada por um médico porque, às vezes, esse grau de desidratação já pode estar muito grave e ela pode precisar receber soro na veia. É preciso aumentar a ingestão hídrica para que ela não desidrate.

EXPOSIÇÃO AO SOL

Evite a exposição prolongada ao sol.

A exposição prolongada ao sol, principalmente no período de 11h a 15h, pode ser muito prejudicial para a criança porque pode causar insolação. “Às vezes a criança fica ali, brincando na areia, e o reflexo do sol na areia pode queimar a pele da criança mesmo ela estando na sombra”, exemplifica a médica. “Então, o recomendável é aumentar a ingesta hídrica para evitar a insolação, passar protetor solar a cada duas horas ou até a cada uma hora se a criança estiver suando muito, por exemplo, e de preferência usar protetores solares que não saem na água”. O recomendável é que elas recebam o sol da manhã, entre 6h e 10h, e do final da tarde, a partir das 16h, que é um sol mais brando e mais recomendável para as crianças.

Faça bom uso de acessórios para proteção solar.

O guarda-sol é um aliado importante porque evita que a criança fique brincando sob o sol direto, o que pode levar à desidratação. O uso de óculos de sol também é muito importante e ele precisa ser uma procedência que você conheça. As roupinhas com proteção contra os raios UV também são recomendáveis, se a família tiver condições de comprar. Deve-se passar o protetor solar na criança primeiro e depois colocar a roupinha por cima.

PREVINA ACIDENTES

Não descuide da atenção na água.

Mesmo que a criança saiba nadar, ela precisa estar sempre sob supervisão de seus familiares. É muito comum o afogamento de crianças nesse período, portanto, é recomendável que os pais coloquem boias nos braços para proteger as crianças contra esse risco de afogamento. “Nós que trabalhamos em terapia intensiva pediátrica, já vimos alguns casos e é sempre muito trágico porque é um segundo que você fica sem olhar para a criança, que ela cai em uma piscina, que ela cai na água, vai para mais longe na praia e se afoga. Então, é importante o uso de boia”.

Converse como seu filho.

Antes de ir à praia ou outro espaço de lazer, converse com a criança e oriente-o quanto à comunicação. Se possível, ensine a ela o número do seu telefone porque, se ela se perder na praia, poderá informar o número para ligarem para você. Quando a criança é muito pequena, também pode-se usar uma pulseirinha no braço da criança identificando o nome e o telefone dos pais. Além disso, não descuide da supervisão porque, em questão de segundos, ela pode se perder.

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