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ECONOMIA

Setor de Serviços já gerou mais de oito mil empregos no Pará

O número representa mais da metade do total de postos formais que o Estado criou de janeiro a maio de 2022, segundo o Ministério do Trabalho

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Imagem ilustrativa da notícia Setor de Serviços já gerou mais de oito mil empregos no Pará camera A barbearia de Jailson Oliveira recebe de 30 a 40 clientes por dia somente aos finais de semana | Wagner Almeida / Diário do Pará

O setor de Serviços continua em alta no Pará, sendo o que mais gera vagas com carteira assinada em 2022. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência, foram criadas mais de 15 mil vagas de trabalho entre janeiro e maio deste ano. Somente no setor de serviço foram 8.324, mais da metade do total. O número também é maior que o dobro da quantidade de vagas do setor do Comércio, que registrou 3.214 postos de carteira assinada. Atualmente, o setor tem quase 340 mil trabalhadores formais, o que mais emprega no estado.

As atividades turísticas, englobadas no setor de Serviços, estão próximas de igualar o faturamento pré-pandemia. A expectativa, conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é que o volume do segmento restabeleça o nível em fevereiro de 2020 ainda no terceiro trimestre deste ano, depois de uma queda de 3% em abril. Ainda é esperado que 2022 encerre com alta de 2,8% em relação ao ano anterior.

Ainda segundo o levanto do CNC, a diferença entre a geração de receita e o potencial mensal do setor registrou o prejuízo de R$6,3 bilhões, em abril. Os destaques foram para os estados de São Paulo, com perda de R$ 227 bilhões, e Rio de Janeiro, R$ 67,4 bilhões, o que corresponde a 57% de perda nacional. O turismo brasileiro já acumula o total de R$ 515 bilhões desde o início da crise sanitária.

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De acordo com Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SBRBS-PA), apesar do crescimento, o segmento está diretamente atrelado ao cenário epidemiológico da Covid-19. “A gente recebe isso com certo otimismo, mas também com uma reserva. A indústria do turismo perdeu, também segundo a CNC, 351 bilhões de reais nos anos de 2020 e 2021. Você não recupera, na nossa visão, perdas dessa envergadura em um ano, principalmente agora que já está tendo indícios de uma nova onda de covid”, afirmou.

PANDEMIA

“Se há um decréscimo de contágio, de mortes, de internação, a gente começa a ter uma certa alta na indústria do turismo. Se você tem um acréscimo desses fatores, a gente tem um decréscimo da indústria do turismo, é inversamente proporcional. Por enquanto é reposição de perdas, você não tem ganhos. Você está recuperando o que deixou de ganhar nos anos anteriores da pandemia. O lucro efetivo que o negócio vai te dar é só daqui a dois anos, dois anos e pouco, quando você recuperar essas perdas”, esclareceu Fernando Soares.

Ainda conforme o assessor jurídico do SBRBS, cerca de 80% dos leitos de hospedagens foram ocupados durante o feriado de Corpus Christi, um sinal positivo para o turismo. No Pará, a expectativa é que o setor tenha demanda ainda maior no segundo semestre, principalmente com a retomada das romarias do Círio de Nazaré. “Os indicativos que a gente tem dentro dos nossos associados, os meios de hospedagens, é que já tem 30% a 35% de reservas pagas para o Círio e cerca de 60% a 65% a confirmar.

Isso demonstra uma boa reação se consideramos que o preço das passagens aéreas teve um incremento muito grande e o Estado do Pará tem uma dimensão muito grande também, demanda uma quantia numeral alta. Para o setor há um ganho linear porque ganha os meios de hospedagem de qualquer natureza, ganha o pessoal de alimentação fora do lar e toda a cadeia produtiva ou pré-produtiva atrelada a ela, desde o cara que planta batata até o cara que vende carne”, afirmou.

Pequenos negócios celebram expansão

A autônoma Marilene Correa revela que aumentou a produção na padaria onde ela trabalha
📷 A autônoma Marilene Correa revela que aumentou a produção na padaria onde ela trabalha |Wagner Almeida / Diário do Pará

A padaria Rosa de Saron foi uma que sentiu a alta no setor de serviços. Há quase dois anos, o negócio abriu uma filial, totalizando dois espaços próprios de panificação. Mesmo com a atividade recente do segundo ponto, foi possível contratar mais profissionais e o empreendimento tem recebido cada vez mais demanda. “Para a gente realmente aumentou o nosso negócio, apesar que para muitos não está sendo fácil porque teve o aumento do trigo. Aumentou a quantidade de produção, as pessoas estão pegando mais encomenda com a gente, as pessoas que trabalham com lanche e refeição estão pedindo bastante. Teve que colocar mais funcionários, a gente chegou a contratar mais duas pessoas”, afirmou a autônoma Marilene Corrêa.

Há seis anos, Jailson Oliveira mantem uma barbearia no bairro de Val-de-Cans. O empreendimento é a principal fonte de renda do proprietário que conseguiu manter mais dois funcionários mesmo com cenário econômico desfavorável. Para ele, mesmo com as consequências da pandemia, o negócio apresentou crescimento no primeiro semestre de 2022. “O movimento está bom e está crescendo mais. Final de semana tem bastante movimento, final de semana também tá bacana. A gente tá rendendo bem, tá tendo um faturamento bacana, tá dando para se segurar. Só na sexta, sábado e domingo passam umas 30 a 40 pessoas por dia. Dá para pagar o aluguel do ponto, o meu aluguel, energia, internet e os funcionários. Antigamente, trabalhava só eu aqui, tinha dias que eu não tirava o do ponto. Aí o negócio foi movimentando, melhorando, até que já dava para chamar uns meninos para trabalhar comigo. Hoje eu já tenho capacidade para empregar três pessoas comigo”, afirmou o barbeiro.

MOVIMENTAÇÃO

John Moraes, 32 anos, é um dos profissionais que trabalha na barbearia de Jailson. Segundo ele, a procura pelo serviço aumentou este ano em relação a 2022, o que auxiliou na melhoria do espaço para o atendimento dos clientes. “Eu sinto que tem melhorado a nossa clientela aqui. Tem dado tudo certo, a gente tem conseguido uma melhoria para a barbearia. Do que estava no ano passado para hoje já tem bem mais evoluído. Já aumentamos o ponto, colocamos ar condicionado, tudo também para melhorar o atendimento para a clientela”, disse.

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