Há uma semana, a Polícia Federal prendeu o empresário Marcelo Macedo Sobrinho, suspeito de ter movimentado cerca de R$ 16 bilhões entre 2019 a 2021 com o garimpo ilegal na Amazônia. Segundo as investigações, ele estava esbanjando uma vida luxuosa, com mansões, helicópteros, carros importados e ainda pagando com altos cachês para shows sertanejos.
Esta atividade ilegal, além de destruir o meio ambiente e prejudicar comunidades tradicionais, tem colocado povos originários e garimpeiros clandestinos em constantes conflitos.
Garimpo ilegal movimentou R$ 16 bilhões na Amazônia
Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal divulgou imagens da operação Mercúrio realizada na Terra Indígena do Baú, localizada no município de Novo Progresso, sul do Pará. A ação ocorreu entre 8 a 10 deste mês de julho e resultou a na destruição de seis balsas e seis motores usados pelos garimpeiros ilegais.
Uma das balsas estava avaliada em R$ 2 milhões e estava totalmente equipada com televisão e ar-condicionado. O dono de uma das balsas foi identificado e agora será investigado. Os garimpeiros fugiram ao ver a chegada da operação. Ninguém foi preso.
Durante os trabalhos, um garimpeiro foi multado em R$ 1 milhão, pelo Ibama. Com ele foram apreendidos 12,5 gramas de ouro.
A Mercúrio é um dos desdobramentos da da Operação Guardiões do Bioma, de combate a crimes ambientais na Amazônia, incluindo a extração ilegal de ouro. A Mercúrio é uma operação interagências, com participação do IBAMA, ICMbio, Funai, CENSIPAM-MD, além de ter apoio da Força Nacional.
No segundo dia da ação, o foco dos agentes se concentrou na destruição dos garimpos Pista Nova, Coringa, Novo Horizonte e Jurandi, localizados ao longo do rio Curuá. Nessas áreas foram apreendidos 30,3 gramas de ouro e munições.
Veja os vídeos divulgados pela PF sobre a operação Mercúrio:
Conflito
A operação Mercúrio também busca acabar com o conflito entre dois grupos indígenas dos Kayapós presentes na região: uma parcela menor, a favor da presença dos garimpeiros (sobre a qual recaem indícios de recebimento de parte do produto do garimpo ilegal) e um grupo maior que é contra essa presença.
A extração irregular de ouro pode causar danos graves ao meio ambiente como a poluição dos leitos dos rios e danos irreparáveis à fauna e a flora, além de interferir na preservação e manutenção das tribos indígenas.
Garimpo ilegal vira foco de trabalho escravo no Pará
Homologada em 2008, a TI Baú é habitada por 188 indígenas de dois povos: Pu´rô, que são isolados, e os Kayapós.
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