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Tomar banho na orla da cidade: uma brincadeira perigosa

Corpo de Bombeiros alerta a população sobre os riscos de pular na água em áreas que não oferecem a devida segurança para momentos de lazer.

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Imagem ilustrativa da notícia Tomar banho na orla da cidade: uma brincadeira perigosa camera O complexo Ver-o-Rio é um dos pontos mais procurados na capital, mas o local não tem estrutura. | Ricardo Amanajás/Diário do Pará

Para quem nasceu e cresceu em uma cidade banhada pelos rios, como é o caso de Belém, é comum observar a interação de parte da população com a natureza e as águas refrescantes da Baía do Guajará, principalmente em dias de altas temperaturas. Porém, as mesmas águas que ajudam a amenizar o calor também apresentam risco a quem decide se aventurar e mergulhar nos vários pontos de orla da capital.

No Complexo Turístico Ver-o-Rio, mesmo após vários registros de afogamento durante os últimos anos, a prática de pular na água continua frequente. Na área, uma faixa de areia costuma se formar quando a maré recua, o que cria um cenário de praia. As pessoas que não percebem o perigo existente também acabam usando o pequeno espaço para o lazer.

Haja calor! Temperatura em Belém se aproxima de 35°C

No último dia 20 de maio, um adolescente morreu afogado após mergulhar na nessa parte do rio. Para tentar evitar que novos episódios trágicos ocorressem, amigos e familiares da vítima fixaram placas alertando sobre o perigo, com mensagens que diziam: “Atenção! Essas águas não são adequadas para tomar banho. Por favor, não sejam próximo”, escreveram.

Familiares de um jovem que morreu afogado preparam cartazes para alertar populares sobre os perigos de cair no rio
📷 Familiares de um jovem que morreu afogado preparam cartazes para alertar populares sobre os perigos de cair no rio |Ricardo Amanajás

Permissionária de um dos quiosques de venda no complexo, Ana Tereza conta que os acidentes são comuns em todas as épocas do ano. “Às vezes, vem grupos de famílias para tomar banho nessa ‘prainha’ que forma. Os jovens também se arriscam muito pulando na água aqui de cima, e sempre tem casos de afogamento. Quando tem algum tipo de fiscalização, eles param, mas em seguida, quando os guardas saem da área, tornam a brincar pulando, sem nenhuma segurança”, contou.

O tenente-coronel Ricardo Anaissi, comandante do 1° Grupamento Marítimo Fluvial (GMAF), do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM), explica que os afogamentos são comuns em todas as regiões do Estado. “(Os afogamentos) só não são fatais durante operações em praias, no veraneio e finais de semana prolongados. Normalmente, ocorrem nas diversas faixas etárias e com ambos os sexos, mas o comum é entre homens jovens, de 15 a 25 anos”, detalhou o militar.

O tenente-coronel afirma ainda que não há “receita de bolo” quando o assunto é afogamento, e que a orientação “água no umbigo é sinal de perigo” deve ser seguida à risca. “Se não for área específica para banho, não entre. Existe uma diversidade de perigos que nem nós conhecemos”, adverte o bombeiro.

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