Os Correios decidiram voltar atrás no anúncio feito recentemente sobre o fechamento de 16 agências de atendimento no interior do Pará. No início deste mês, o senador Jader Barbalho encaminhou ao presidente da estatal, Floriano Peixoto Vieira Neto, um documento solicitando oficialmente informações e dados que justificassem o encerramento do atendimento aos moradores de 16 cidades paraenses.
16 municípios do Pará ficarão sem agência do Correios
Ontem, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informou que continuarão abertas as agências de Porto de Móz, Água Azul do Norte, Bannach, Curionópolis, Garrafão do Norte, Nova Ipixuna, Nova Esperança do Piriá, Itupiranga, Floresta do Araguaia, Portel, Concórdia do Pará, Cachoeira do Piriá, Canaã dos Carajás e Augusto Corrêa, São Geraldo do Araguaia e Afuá.
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O comunicado sobre o fechamento foi feito no final de março e causou apreensão na população desses municípios. Preocupado com o prejuízo que poderia advir desse ato anunciado pelo governo federal, Jader Barbalho apelou ao presidente dos Correios que levasse em conta todas as dificuldades pelas quais os moradores do interior do Pará iriam enfrentar.
“É um despropósito. Os Correios fazem parte da vida dos brasileiros. É daquelas empresas que estão no dia a dia, no cotidiano das pessoas. É bom saber que o desejo da população, em especial do povo paraense, foi ouvido pelos Correios”, comentou o senador Jader ao ser informado da decisão de revogar o fechamento das agências.
O senador lembrou que os Correios estão no Brasil desde 1663, quando foi criado o cargo de Correio-mor das cartas do mar. “São 359 anos de história. Meu pai, Laércio Barbalho, foi servidor concursado dos Correios, o que aumenta a minha estima pela instituição”, lembrou. O parlamentar disse ontem que vai buscar junto à presidência da estatal informações mais detalhadas sobre essa última decisão anunciada.
“É preciso esclarecer o anúncio feito pelo governo federal sobre o fechamento de 250 agências nas cinco regiões do país. Já manifestei minha preocupação com o processo de privatização dos Correios. A estatal já começou um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que recebeu a adesão de 3 mil funcionários e a expectativa é que o número chegue a cinco mil servidores. O Congresso precisa acompanhar atentamente o que está por trás desse processo de privatização”, alertou o senador.
DENÚNCIAS
Recentemente Jader Barbalho registrou fatos preocupantes que antecedem a votação no Senado Federal do projeto de lei que prevê a privatização dos Correios, como as denúncias publicadas pelo site The Intercept, assinada pelo jornalista Vinicius Konchinski.
“Fizeram um levantamento sobre a quantidade de imóveis que pertencem ao patrimônio dos Correios e é algo espantoso. São 2.500 imóveis próprios, alguns em áreas muito nobres como exemplo o edifício-sede da empresa em Belém, localizado no centro, na avenida presidente Vargas, um edifício histórico inaugurado em 1942”, lembrou o senador.
Segundo a matéria, muitos desses imóveis estão em áreas muito valorizadas no mercado imobiliário, principalmente em Brasília, onde o edifício sede da estatal está avaliado em mais de R$ 360 milhões, ou um prédio localizado na Pituba, um bairro caro de Salvador, que foi posto à venda por 248 milhões.
“O que me chamou atenção nessa matéria investigativa foi o fato de que essa carteira imobiliária foi avaliada em R$ 5,692 bilhões em 2014 e quase o mesmo valor em 2018 (R$ 5.561). Espantosamente o valor desses imóveis caiu para R$ 3,850 em 2020, ano em que o governo Bolsonaro incluiu os Correios na lista de empresas privatizáveis”, alertou o senador. “O Senado precisa esclarecer esses fatos antes de votar o projeto de lei elaborado pelo Ministério da Economia”, advertiu o senador Jader.
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