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TRANSPORTE

Belém pode ter ônibus reduzidos após aumento da tarifa

Empresas do setor alegam que novo valor da passagem, que passa a ser cobrado hoje, vai inviabilizar a continuidade do serviço prestado.

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Imagem ilustrativa da notícia Belém pode ter ônibus reduzidos após aumento da tarifa camera Antônio Melo/Diário do Pará

O novo valor da tarifa de ônibus de R$ 4, homologado pelo prefeito Edmilson Rodrigues na última sexta-feira (25), não agradou em nada o Sindicato das Empresas de Transporte de Belém (Setransbel). Em vídeo divulgado na televisão aberta, a patronal afirma que o novo preço da passagem vai inviabilizar a continuidade do serviço de transporte coletivo, em Belém, e que “se nada for feito pelo poder público, os serviços terão que ser reduzidos proporcionalmente, de forma a ajustar os custos do sistema ao valor homologado”.

Ainda de acordo com o Setransbel, a decisão do prefeito pelo novo valor da tarifa foi ausente ou fora de qualquer critério técnico. Por este motivo, os empresários afirmam que não há como dar continuidade e realizar melhorias ao sistema de transporte público sem uma tarifa de remuneração adequada que se baseie em critérios técnicos.

Ainda de acordo com o vídeo divulgado pelo Setransbel, essa falta de critério técnico para a definição do valor da passagem tem sido o principal motivo da degradação do serviço de transporte da cidade. A patronal usa ainda como argumento o fato da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) ter concluído que a tarifa deveria ser R$ 5,01, em reunião do Conselho de Transporte de Belém, na última quinta-feira (24), o que, segundo o sindicato, indica que o próprio órgão da prefeitura reconhece a necessidade de um valor acima dos R$ 4 como revisão compensatória, após 3 anos de congelamento.

IMPACTO

O novo preço de R$ 4 da passagem do transporte público começa a ser cobrado hoje (28), em Belém. Serão 40 centavos a mais em relação ao antigo valor praticado nos coletivos urbanos, o que equivale a 11% de aumento. Para o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), entretanto, o aumento poderia ter sido bem pior se o prefeito Edmilson Rodrigues tivesse sancionado a proposta de R$ 5,01 aprovada, na última quinta-feira (24), em reunião do Conselho Municipal de Transportes. Neste caso, diz o órgão, o reajuste estaria bem acima da inflação calculada em 23% e o valor gasto em passagens comprometeria em quase 20% o atual salário mínimo, se considerar que o trabalhador pega duas conduções diárias durante 24 dias úteis, o que representa R$ 240.

Já o valor de R$ 4 representa o aumento de 11,11% em relação à antiga tarifa de R$ 3,60 que começou a ser cobrada, em junho de 2019, e está bem abaixo da inflação. Ao bolso do trabalhador, no mesmo contexto de usar duas conduções diárias por 24 dias úteis do mês, o gasto será de R$ 192, o que representa 15,84% do salário mínimo.

RENOVAÇÃO

O prefeito de Belém anunciou que em até seis meses lançará edital de licitação para renovação da frota, com “inclusão gradativa de ônibus com ar-condicionado e tarifa socialmente justa”, disse Edmilson Rodrigues em live divulgada na última sexta-feira (25) e que confirmou o novo preço da passagem.

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