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QUESTÃO DE VIDA

Picado por cobra em Belém aguarda transferência urgente

Vítima, de 34 anos, está acamada entre a vida e a morte enquanto aguarda o atendimento por uma equipe médica especializada

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Imagem ilustrativa da notícia Picado por cobra em Belém aguarda transferência urgente camera Vítima apresenta grande parte da perna em estado crítico e por isso necessidade urgente de tratamento | Reprodução

Era uma tarde tranquila de 21 de janeiro para João Rodrigues, que se preparava para apanhar açaí e pescar, como de costume, no bairro São João, distrito da ilha de Outeiro, em Belém, onde mora com a esposa. Usando sua bota do tipo cano longo, o outeirense de 34 anos cumpria seu itinerário e tudo transcorria normalmente até que foi surpreendido pelo ataque de uma cobra, uma surucucu-pico-de-jaca.

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A picada atingiu a perna direita e imediatamente o pescador chamou pela esposa para ter ajuda. Conduzido até uma unidade de saúde mais próxima, foi orientado a procurar o Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti (HPSM 14 de Março), mas foi levado antes até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Icoaraci, distrito vizinho, onde foi avaliado por uma equipe médica que, posteriormente, informou que não possuía o soro e o atendimento adequado para o seu caso.

O relato com a denúncia foi encaminhada ao Ministério Público do Estado (MPF).

DEMORA NO ATENDIMENTO

Sem imaginar o que estava por vir, deu início a uma longa peregrinação. Foi levado até o HPSM da 14 com a ajuda de um conhecido, uma vez que a unidade não possuía um transporte próprio.

No hospital público, de acordo com a esposa de João, embora a urgência no seu quadro de saúde, a vítima foi obrigada a aguardar pouco mais de meia hora até que fosse atendida e cinco horas até receber a primeira medicação, uma apenas, para a dor que sentia.

Questionada pela esposa sobre a demora, a médica que o atendeu se limitou a dizer apenas que “poderia aguentar mais, já que tinha aguentado quatro horas”.

O soro antiofídico foi administrado somente duas horas depois, por volta de 3h. Até às 11h do dia seguinte, João recebia apenas medicação para controlar a dor lacerante.

ENTRE A VIDA E A MORTE

Acamado, restou à esposa que mobilizasse mais uma vez a equipe médica do HPSM. Um médico assumiu o atendimento da primeira profissional e um cirurgião vascular foi solicitado para avaliar a perna direita de João. Após procedimento cirúrgico pouco tempo depois, ele foi encaminhado até uma enfermaria, onde passou a receber remédio para dor (inclusive morfina) e antibióticos.

Seis dias depois e João continua internado e sendo submetido aos mesmos procedimentos para tratar a enfermidade. Especialistas que acompanham o caso alertam que o morador do distrito de Outeiro necessita, com urgência, de um tratamento adequado que pode ser feito no Hospital Barros Barreto, onde uma equipe especializada o aguarda.

A transferência, porém, ainda não foi autorizada, até o momento, na tarde do último sábado (29).

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