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Agricultores são espancados por funcionários da Biopalma

As vítimas foram atingidas com tiros, spray de pimenta e bombas de efeito moral.

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Imagem ilustrativa da notícia Agricultores são espancados por funcionários da Biopalma camera A tensão tem tomado conta da região após a chegada dos funcionários da Biopalma | Reprodução

A violência no campo, infelizmente, ainda é uma realidade para muitos agricultores. Geralmente, esses conflitos são motivados por disputa pela posse e pela propriedade das terras rurais. Famílias que vivem em regiões de conflitos são as que mais sofrem com esse tipo de crime.

Agricultores que residem na Vila Bucaia, no município do Acará, na região de Tomé-Açú, têm sentido na pele esses ataques. Na madrugada da última sexta-feira (1º), os trabalhadores viveram momentos de terror ao serem agredidos por um grupo de aproximadamente 50 homens fortemente armados, que seriam funcionários da Biopalma.

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Os criminosos invadiram uma área de terra onde residem cerca de 60 famílias de agricultores. No local, os trabalhadores possuíam projetos agrícolas em parceria com a empresa Biopalma, que foi vendida há pouco tempo e passou a ser comandada pela Brasil Bio Fuel (BBF).

Os suspeitos, que entraram na localidade encapuzados, carregando armas e coletes como se fossem policiais, quebraram casas e motocicletas que pertenciam aos agricultores. Além disso, atiraram em direção dos trabalhadores que estavam no local. Diversos homens foram vítimas de tortura e agressões. Além disso, os criminosos usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra as mulheres e crianças que vivem na área.

Os suspeitos, que entraram na localidade encapuzados, carregando armas e coletes como se fossem policiais
📷 Os suspeitos, que entraram na localidade encapuzados, carregando armas e coletes como se fossem policiais |Reprodução

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Um vídeo feito por uma das vítimas mostra dezenas de motocicletas jogadas no chão, danificadas pela ação dos criminosos.

Assista:

Em um Boletim de Ocorrência (BO) feito pelos trabalhadores, as vítimas relatam que os funcionários da BFF, antiga Biopalma, invadiram o local usando caminhões tipo contêiner, além de um ônibus. Quando questionados se haviam algum mandado para entrar na área, os mesmos desceram dos veículos fortemente armados, atirando contra os agricultores. Eles ainda teriam dito em voz alta que foram instruídos a "matar" quem estivesse na localidade.

Segundo informações obtidas pela reportagem, a empresa BFF desde que comprou a Biopalma vem tentando obter direitos sobre a terra onde os trabalhadores residem e já teve pelos menos três pedidos judiciais negados. Agora, a empresa vem tentando intimidar e expulsar os moradores a força.

A Polícia Civil, por meio da Superintendência Regional do Baixo Tocantins, informa que um Inquérito Policial foi instaurado para apurar o caso.

A BFF emitiu uma nota sobre o assunto. Leia na íntegra:

A Brasil BioFuels (BBF) informa que ontem (01/10/21), por volta das 06 horas da manhã, quando trabalhadores se dirigiam a algumas das fazendas da empresa no Pará para realizar a colheita de palma de óleo, foram surpreendidos por aproximadamente 25 invasores que há alguns meses têm tentado ilegalmente se apropriar das fazendas da BBF, instalando barracos no local, furtando os frutos pertencentes à empresa e impedindo, com emprego de violência e grave ameaça, a continuidade das atividades dos trabalhadores rurais da BBF.

Há aproximadamente duas semanas, os invasores promoveram verdadeiro terror na localidade, ameaçando os trabalhadores com arma de fogo, cercando os representantes da empresa e impedindo os caminhões e demais veículos da empresa de sair do local, promovendo o furto de grande quantidade de frutos colhido pelos empregados da empresa. Diante de tantas ocorrências, devidamente comunicadas às autoridades policiais, a BBF tem reforçado sua equipe de segurança com o objetivo de preservar a integridade física de seus colaboradores, que vem sofrendo ameaças em inúmeras localidades em que atua no Estado do Pará, além de mitigar os grandes prejuízos financeiros suportados por invasões ilegais muitas vezes estimulada por advogados e comerciantes locais, que financiam tais condutas criminosas para se apropriar de ganhos oriundos do furto de frutos.

Na data de ontem, conforme já era previsto, os invasores pertencentes à Comunidade conhecida como Bucaia, aguardavam os trabalhadores da BBF novamente portando armas de fogo, alguns com sachos, facões e outras armas brancas, os quais foram devidamente apreendidas pela polícia civil em auto próprio. Os criminosos mais uma vez efetuaram bloqueio e passaram a agredir os colaboradores da BBF, com nova tentativa de adentrar a cabine do caminhão da empresa e agredir o motorista, como ocorreu na situação anterior – um dos agressores inclusive efetuou um disparo de arma de fogo atingindo o veículo, o que ocasionou um verdadeiro tumulto e alguns colaboradores da BBF sofreram lesões e passaram por atendimento médico. Imediatamente e em resposta a mais essa investida dos invasores contra o pessoal da BBF, a equipe de segurança se viu obrigada a agir de forma a evitar novas ocorrências e, principalmente, com o objetivo de desarmar os insurgentes e evitar situações mais graves, além de desmontar os barracos ilegalmente instalados em um ponto específico de uma das fazendas de dendê da BBF. Diante dessa situação causada pelos criminosos, a polícia local foi acionada pela BBF para conter a situação. O Boletim de Ocorrência 00117/2021.100792-6, foi registrado na delegacia de Concórdia do Pará - 3ª RISP. A BBF aguarda apuração do caso para maiores esclarecimentos.

Na mesma localidade, já foram registrados diversos Boletins de Ocorrência em decorrência de incontáveis furtos de frutos, desmatamento, ameaças e lesão corporal na área de atuação da empresa pelos indivíduos da referida comunidade, liderada pelo indivíduo denominado Marcos Nunes Pinto (“Marquinhos”) que, inclusive, foi quem efetuou o disparo por arma de fogo na porta do Caminhão da empresa, conforme acima mencionado, o que poderia ter ocasionado uma tragédia.

A BBF lamenta o ocorrido e aguarda uma atuação firme das autoridades, de modo a elevar a segurança pública das regiões nas quais atua, com a geração de mais de 6000 empregos, sendo importante para a economia das localidades do Pará e demais estados da região norte onde possui negócios.

Finalmente, a Companhia reitera o respeito às pessoas e às comunidades e reafirma seu compromisso social, ambiental, econômico e energético.

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