As águas no Pará são usadas para além do lazer, muitas pessoas precisam se locomover para visitas médicas ou como usam as águas como fonte de renda. Afinal, grande parte da população paraense faz dos rios estradas que ligam diferentes regiões do Pará. E é justamente nesses trajetos que o Grupamento Fluvial (Gflu), que faz parte da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), atua para que as rotas percorridas pelas comunidades ribeirinhas sejam feitas com segurança e tranquilidade.
O Grupamento atende ocorrências policiais nas comunidades, entre elas, a pirataria fluvial na qual os principais alvos dos criminosos são as embarcações que navegam nos rios que banham o Estado. Neste ano, de janeiro a abril, 20 casos de pirataria fluvial foram registrados em todo o Pará, resultando em uma queda de 70% em comparação com o mesmo período de 2020, que registrou 67 ocorrências. Os dados são da Secretária Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac).
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Neste ano, a capacidade operacional da segurança fluvial dobrará. Até o final do ano, 15 novas embarcações serão entregues, além de 43 que passam pelo processo de remotorização e revitalização, que consiste na substituição de todos os equipamentos por novos itens, além da pintura de cascos e afins. As lanchas revitalizadas e motorizadas estão sendo entregues para as Regiões de Integração de Segurança Pública (RISPs).
O Pará recebe ainda este ano a primeira base integrada flutuante da segurança pública que está em processo de construção. A base 'Antônio Lemos' ficará localizada na margem direita do rio Tajapuru, no distrito de Antônio Lemos, município de Breves, controlando grande parte do fluxo oriundo dos estados do Pará, Amapá e Amazonas.
Além disso, duas embarcações blindadas já foram entregues ao Gflu. A lancha entregue em março deste ano possui características específicas consideradas de 'nível II', que se adequam à peculiaridade regional do Estado. As embarcações possuem escotilha de defesa (abertura para colocar o armamento), visão termal e noturna, GPS, sonar, rádio marítimo e megafone, além de capacidade para oito tripulantes sentados.
O novo equipamento tem capacidade de navegação em baías e costa aquática, podendo ser empregada em qualquer região do Pará, como destaca o delegado Arthur Braga, diretor do GFlu. "O sistema de navegação moderna tem nos dado uma maior segurança e celeridade mas missões, fazendo com que as ocorrências sejam solucionadas o mais breve possível e mantendo assim a paz pelos rios do Pará
Um exemplo disso é a operação 'Maria Velha' que teve um tempo de resposta muito rápido", descreve o diretor.
Operações nos rios
No início de maio, a guarnição do Gflu conseguiu recuperar três motores: dois do tipo rabudo (7HP) e um Yamaha (40HP), além de duas embarcações do tipo rabeta. Uma das embarcações foi roubada na Ilha de Paquetá; a outra, fruto de outro roubo em Cotijuba.
A primeira fase da operação 'Maria Velha' foi responsável por recuperar a ambulancha "Maria Velha" do Serviço Móvel de Urgência e Emergência (SAMU) do município de Portel. A ambulancha estava de 7 a 9 metros de profundidade, no rio Jambutinema, no braço do rio Pacajá, em frente ao igarapé Cancuera. Já a segunda fase da operação, resgatou dois motores, duas voadeiras, dois tanques de combustíveis e aparelhos celulares das vítimas do assalto a mão armada da embarcação que faz linha de Portel até o Rio Aruanã. Os objetos estavam em diferentes pontos da mata às margens do Igarapé Guajarazinho, zona ribeirinha de Portel.
Valdeci Dias, proprietário do barco que sofreu o assalto, ainda se recupera do susto e relata a gratidão por ter seu objeto de trabalho recuperado. "Nós levamos passageiros aos seus destinos buscando sempre dar a maior segurança possível, em oito anos de navegação, este foi o primeiro assalto que sofremos. Ficamos felizes e gratos com a rápida resposta da segurança pública em nosso caso, recuperando não só nossas embarcações mas também os celulares dos passageiros que foram vítimas dos criminosos", relata.
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