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Comércio do Pará tem crescimento mas vendas seguem baixas

Segundo o IBGE, Estado teve alta de 2,8% no setor entre julho e agosto, mas sindicato diz que clima ainda é de pessimismo. Nas ruas, comerciantes reclamam do movimento baixo

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Imagem ilustrativa da notícia Comércio do Pará tem crescimento mas vendas seguem baixas camera Setor de vestuário amarga vendas baixas no período do Círio | Ricardo Amanajás

No último dia 09 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou uma avaliação sobre o setor de vendas no comércio varejista correspondente aos últimos quatro meses do ano. De acordo com os dados, o setor, no estado do Pará, vem se recuperando aos poucos da crise provocada pela pandemia, acumulando uma variação de 2,8% no aumento de vendas entre os meses de julho e agosto. O indicador no estado ficou próximo a variação nacional, que chegou a 3,4%.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindlojas), Joy Colares, diz que o momento ainda não é de comemoração, já que os dados da pesquisa precisam ser avaliados com cautela. “Esses números divulgados como recorde correspondem ao crescimento de um mês, em relação ao mês anterior. Então se a gente pega o comparativo, por exemplo, com o ano passado, nós não temos esse crescimento e taxas recordes”, explica.

Avaliando ainda o setor nos últimos meses, o presidente conta que os comparativos apontam um decréscimo no total de acumulados no mês de agosto de 2020 em relação ao mesmo período em 2019. “O número é recorde no mês? Sim, sem dúvidas. Mas isso não significa uma reativação no varejo de forma a ser comemorada e celebrada no geral”, afirma.

Com relação as vendas no período do Círio, a avaliação do sindicato também não é positiva. Acredita-se que o desenvolvimento do comércio em cidades do interior contribui para a queda nos negócios da capital. “Antes, as pessoas vinham para o círio e aproveitavam para fazer suas compras de roupas e calçados novos. Mas isso já não vem acontecendo há bastante tempo. Com o aumento do setor nos demais municípios, as pessoas deixaram de comprar em Belém e já chegam com as compras feitas”, destacou Joy.

NATAL

Pelo centro comercial da capital as lojas recheadas de roupas, mas sem grande público comprando, confirmam o que diz o presidente do Sindlojas. Michelle Correia, 33 anos, trabalha como caixa em uma loja de roupas femininas. Segundo ela, há pelo menos um mês as vendas estão baixas. “Tivemos uma melhora logo que retomamos as atividades, no fim do lockdown. Porém, estamos vendendo muito abaixo do que foi em anos anteriores. Esperamos que, com a continuação dos auxílios pagos e a chegada do fim de ano, a gente reverta a situação”, diz.

Para a supervisora de vendas Iara Pereira, a não realização completa dos festejos do círio contribuiu ainda mais para a queda nas vendas. “O movimento que já estava fraco ficou ainda menor esse mês. Em outros anos, a loja estava faturando bastante nesse segundo semestre. Nossa expectativa é que o período de natal traga novamente os consumidores”, espera.

Assim como os lojistas, o sindicato também aposta nas festas de fim de ano para reverter a situação, a partir da manutenção dos programas do governo federal, e o apoio às pessoas jurídicas. “A nossa expectativa está muito atrelada a essa situação. É muito importante que isso se mantenha porque os autônomos perderam muito suas receitas, e o movimento como um todo diminuiu. Então, a nossa expectativa é que, com esse suporte sendo mantido, possamos continuar com a recuperação no setor”, disse o presidente, Joy Colares.

Estado gerou mais de 6 mil empregos na Construção Civil

O Setor da construção civil foi o que teve o melhor desempenho na geração de empregos formais no Estado entre os meses de janeiro e agosto deste ano. É o que diz um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA). Segundo o balanço, somente no mês de agosto, foram contratados 6.778 trabalhadores, contra 3.268 desligamentos gerando um saldo positivo de 3.510 postos de trabalhos. No mesmo período do ano passado, foram 4.647 admissões contra 4.120 demissões com saldo positivo de 527 postos de trabalhos.

Já na análise do acumulado nos oito primeiros meses de 2020, foram 36.063 contratações e 29.984 dispensas, deixando um saldo positivo de 6.079 vagas. Já na Região Norte, foram 64.985 admissões contra 55.238 desligamentos gerando um saldo positivo de 9.747 postos de trabalhos em oito meses. O estudo é parte integrante do projeto do Observatório do Trabalho do Estado do Pará, parceria do Dieese e o Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).

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