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NOVOS COSTUMES

A rotina no Pará após cinco meses do primeiro caso de covid-19

Nesta terça-feira (18) completam-se cinco meses desde que foi diagnosticado o primeiro caso da Covid-19 no Pará. A partir de então, o paraense mudou hábitos, adotou novos costumes. “Eu trabalho há 15 anos vendendo pipoca. Não tinha vivido uma situação pa

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Imagem ilustrativa da notícia A rotina no Pará após cinco meses do primeiro caso de covid-19 camera Vando Santos trabalha com a venda de pipoca há mais de uma década. | Wagner Almeida/Diário do Pará

Nesta terça-feira (18) completam-se cinco meses desde que foi diagnosticado o primeiro caso da Covid-19 no Pará. A partir de então, o paraense mudou hábitos, adotou novos costumes.

“Eu trabalho há 15 anos vendendo pipoca. Não tinha vivido uma situação parecida. Agora voltei à rotina, só não tenho muita informação sobre o que está acontecendo. A gente assiste os jornais, cada um fala uma coisa diferente. Quando a minha esposa pegou covid, nós tratamos inclusive em casa”, diz o vendedor de pipocas Vando Santos.

A aposentada Vera Amaral, 56, conta que não quis correr riscos e, por esse motivo, tomou uma atitude drástica: adotou o isolamento total por um bom tempo. “Depois que começou essa pandemia, eu fui embora para Mosqueiro e fiquei em casa. Quase não saía. Para comprar algo, outras pessoas iam. Só voltei a sair mesmo agora em agosto, quando voltei de lá. Hoje fui no salão, fiz o cabelo e estou aguardando a minha filha para irmos para casa”, conta.

A aposentada optou pelo isolamento total por um bom tempo.
📷 A aposentada optou pelo isolamento total por um bom tempo. |Wagner Almeida/Diário do Pará

Atualmente, ela diz que já costuma sair para fazer pequenas atividades, mas não consegue mais ficar sem os itens de cuidados básicos. “Para mim tudo mudou, começando pela rotina. Não saio de casa sem essa máscara, sem álcool em gel, sem esses cuidados necessários. Não fico muito próxima das pessoas. Muita coisa mudou e acho que vai ser assim por muito tempo”.

O estudante de publicidade e fotógrafo Max Monteiro, 25, lembra que depois que a mãe e ele contraíram a doença, torce diariamente para que cientistas cheguem logo a uma vacina que imunize a população. “Em casa, eu fui assintomático, mas a minha mãe teve sintomas e ela se tratou”, disse. “Nós aguardamos essa vacina. Sabemos que o mundo todo corre atrás e só assim poderemos nos ver livres desse vírus”, acredita.

O estudante e fotógrafo Max Monteiro viveu o medo de estar com a doença.
📷 O estudante e fotógrafo Max Monteiro viveu o medo de estar com a doença. |Wagner Almeida/Diário do Pará

Coordenador do projeto “Galácticos”, o professor Alexsandro Moncher, 30 anos, atua com cerca de 180 crianças, que praticam futebol em um campo de várzea, localizado na rua dos Caripunas, no bairro da Cremação.

“Nós tocamos esse projeto há 16 anos. Durante a pandemia, nós procuramos fazer o que era possível, mas esses jogos aqui não se realizavam. Nós temos 180 crianças participando do projeto. Depois de toda essa história, muita gente voltou meio receosa, alguns saíram, mas procuramos levar da melhor forma e hoje as atividades estão totalmente normais”.

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No caso do aposentado Manoel Vaz, 78, ele voltou a assistir ao futebol das crianças, também na Cremação. “Eu fiquei em casa, mas assim que pude, voltei a minha rotina, e isso inclui vir aqui para essa esquina todas as tardes. Gosto de estar aqui, de pegar esse vento, de ver o movimento das pessoas. Eu já trabalhei, me sinto bem, ninguém da minha família pegou, então eu estou tranquilo. Venho, sento aqui, uso a minha máscara, converso e vou embora para casa”.

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