Das cinco casas atingidas pelo incêndio da última quinta-feira (13), no bairro de Fátima, em Belém, quatro tiveram perda total. São quatro famílias desabrigadas, uma delas com dez membros, que agora se dividem entre a solidariedade de amigos, parentes e desconhecidos.
Os primeiros focos do incêndio foram registrados na casa da dona Rosana Silva, 54, hipertensa e cadeirante. Ela vivia com o marido e os dois filhos em uma casa modesta, nos fundos de outra residência. Ela estava em casa quando foi alertada sobre as chamas. “O meu sobrinho, que viu as chamas da outra casa, gritou para mim alertando sobre o fogo. Nessa hora não deu para fazer muita coisa. Nós acabamos perdendo todos os pertences, roupas, documentos, móveis, tudo”. recorda. Depois de espalhar a família por vários locais, ela pede apenas que o pesadelo termine e encontre um lugar para descansar e se refazer da tragédia.
Assim que os vizinhos foram acionados e juntos formaram um batalhão na tentativa de apagar as chamas, a solidariedade foi surgindo. O pastor Robertino Costa cedeu o prédio da igreja para servir de apoio às famílias, iniciando assim uma rede de ajuda. “No momento do fogo, estávamos fazendo uma oração na casa da frente, onde se iniciou o fogo. Quando percebi as chamas e as pessoas gritando, nós corremos em direção para tentar salvar algo, mas foi tudo muito rápido. Parecia cena de filme. Em pouco tempo, o fogo já tinha arrasado tudo. A igreja é a comunidade. Independente do credo, esse é o momento de nos unirmos no amor de Jesus Cristo.”
A ação do Corpo de Bombeiros durou algumas horas, mas não foi possível salvar muita coisa. Por toda área, escombros, carvão e ferro retorcido compõem o cenário dos imóveis, em sua maioria construídos de madeira. Parece cenário de guerra. As chamas do fogo atingiram o quarto andar do prédio ao lado, queimando inclusive a caixa d’água do imóvel.
Encerrado o trabalho dos Bombeiros, a Defesa Civil entrou em ação para garantir o acompanhamento das famílias envolvidas, para fazer o levantamento do local onde houve o sinistro, quantidade de imóveis atingidos, número de famílias afetadas com perda total ou parcial. “Depois disso é feita uma vistoria técnica e produzido um laudo, o qual é enviado para os órgãos competentes (Cohab, Funpapa, entre outros). Vamos direcioná-las para programas que permitam reconstruir o que foi perdido. Neste caso, basicamente as famílias podem ganhar cheque moradia ou auxílio aluguel”, explicou o servidor Pedro Henrique.
Pelos próximos dias, membros da Defesa Civil estarão no local para ajudar as famílias. Toda ajuda, entre roupas, itens de higiene pessoal, comida, eletrodomésticos, cama, será bem-vinda. O pouco para uns é muito para outros, que sonham, mesmo com as dores da vida, somente em reconstruir o lar. Assim pensa o serviços gerais Fabrício Portal, 44, que teve dois dos melhores momentos da vida, seguido de uma tragédia no mesmo dia.
Fabrício voltou mais cedo da rua, para comemorar o aniversário do filho e o casamento com a esposa. Tudo ia bem. Ele e a esposa foram para a casa de parentes, comemorar as duas celebrações. De repente, um deles avistou as chamas e os próprios convidados saíram em desespero. “Felizmente consegui salvar o botijão e a geladeira, evitando um prejuízo ainda maior e uma tragédia sem precedentes. Agora que não temos nada, o que mais quero é reconstruir minha casa. Para mim o mais valioso é ter condição de levantar tudo novamente”, afirma.
Doação - A Defesa Civil montou dois pontos de arrecadação para receber doações paras as famílias desabrigadas. O primeiro é na Igreja Evangélica Graça de Deus, localizada na rua Diogo Moia, nº 1852, entre as travessas Três de Maio e Antônio Baena, no bairro de Fátima, e o segundo é na sede da Defesa Civil, localizada na Aldeia Amazônica, das 8h às 14h, no bairro da Pedreira.
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