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De quarentena? Saiba o que fazer para ocupar as crianças em casa

Em praticamente todo o Brasil, as aulas foram suspensas como ação preventiva contra o novo coronavírus. No Pará, essa medida também já foi tomada tanto nas escolas estaduais, municipais, quanto nos estabelecimentos de ensino particulares. Uma questão impo

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Imagem ilustrativa da notícia De quarentena? Saiba o que fazer para ocupar as crianças em casa camera Com a suspensão das aulas como medida de prevenção contra o novo coronavírus, familiares contam como fazem para preencher o tempo livre das crianças em casa. | Olga Leiria

Em praticamente todo o Brasil, as aulas foram suspensas como ação preventiva contra o novo coronavírus. No Pará, essa medida também já foi tomada tanto nas escolas estaduais, municipais, quanto nos estabelecimentos de ensino particulares. Uma questão importante é sobre o que fazer com as crianças que devem permanecer em casa, em isolamento.

Na casa da família Quintela, a decisão de não levar mais a filha Eva, de 5 anos, para a escola, começou bem antes da determinação da maioria das escolas em suspender as aulas. “Desde a sexta-feira (dia 13), conversamos e achamos melhor que ela não fosse mais para a escola”, conta a mãe da menina, a pedagoga Elaine Quintela, que ainda está trabalhando apenas em um turno.

Elaine com a filha Eva.
📷 Elaine com a filha Eva. |Olga Leiria

Para isso, houve toda uma preparação. Uma área aberta, no quintal da casa, foi equipada para que a criança pudesse realizar várias atividades durante este período. “Compramos mesa, cadeira e até uma piscina e um karaokê para distraí-la”, diz o pai, Eder Quintela.

Elaine ressalta que toda a nova situação foi explicada para a menina de forma que ela tivesse a devida compreensão da necessidade de não ir mais à escola. “Conversamos muito com ela, que acabou entendendo, apesar de achar ruim ficar longe dos coleguinhas. Além disso, o hábito de lavar as mãos já fazia parte da nossa rotina, assim como o uso de álcool em gel. Mostramos inclusive vídeos para ela de como deveria higienizar”, lembra a pedagoga.

A nova rotina estabelecida para Eva inclui brincadeiras e atividades lúdicas. “Ela gosta de dormir, por isso passou a acordar mais tarde. Depois de tomar banho e tomar café, ela vem para o espaço no quintal brincar com os brinquedos dela, pintar, desenhar, fazer as atividades da escola que o pai vai buscar, assistir a vídeos, cantar no karaokê, fazer piquenique e brincar de preparar comida na cozinha”, lista a mãe, ressaltando que nos dias de sol, ela também poderá tomar banho na piscina, adquirida justamente para ajudar também nesse período sem aulas.

A menina tem aceitado bem a mudança, mas os fins de semana têm sido um pouco mais difíceis. “Antes, tínhamos uma rotina que incluía passeios no shopping, na Estação das Docas e no Ver-o-Rio, que agora estão todos suspensos e ela tem reclamado um pouco, diz que está entediada”, diz a mãe.

A situação tem sido contornada pelo pai. “Quando ela quer muito sair, coloco ela no carro e dou uma volta rápida pela cidade, sem parar em lugar nenhum”, conta.

Apesar de toda a atenção estar voltada para Eva durante esse período de isolamento domiciliar, a mãe teme pelas próximas semanas. “Acredito que pelo menos durante um mês, ela fique bem assim, mas não sei como será se isso durar mais tempo porque, como é uma coisa desconhecida, não sabemos ainda como será nos próximos dias”, diz.

É importante planejar

Também pedagoga, Ana Patrícia Vasconcelos possui uma oficina de materiais pedagógicos que são construídos por ela para trabalhar a estimulação doméstica de crianças em geral e, principalmente, para aquelas que são autistas.

Ela explica que para manter as crianças no isolamento é fundamental montar um plano com atividades que possam ser desenvolvidas com as crianças em casa. “É importante manter a rotina, acordar no horário que ia para a aula, lanchar no horário da escola e, a partir daí, seguir o plano de atividades, que não precisam ser muito elaboradas. Devem ser simples e prazerosas para as crianças. Isso ajuda a diminuir o tempo delas nos eletrônicos e na frente da TV”, aconselha.

A pedagoga acredita que esse seja um momento de a família dar as mãos, fazer um planejamento e ajudar as crianças a passarem por esse momento. “Sem ele, a família não vai dar conta, aí vai surgir o estresse, o cansaço e, principalmente, o esgotamento materno”, ressalta.

Ana Patrícia é mãe de Ana Luiza, de 8 anos, que é autista, e precisou suspender as aulas da filha também desde o início da semana por ela ser asmática e estar no grupo de risco para a Covid-19 e está colocando em prática esse trabalho em casa com a filha. “Ela acorda e faz tudo como se fosse para a aula. Depois iniciamos as atividades que incluem tarefas de leitura e escrita, de coordenação motora, como recortar e colar. Além disso, ela também gosta muito de desenhar e de cantar”, detalha. Os fins de semana estão sendo preenchidos com seções de cinema em casa. “Ela gosta muito de animações, então preparamos o chocolate e a pipoca e ficamos em casa assistindo aos filmes”, diz.

Todas as atividades desenvolvidas, segundo a pedagoga, precisam ter um tempo pré-determinado. “A criança não pode ficar fazendo determinado atividade até que se esgote o interesse dela por aqui, porque depois ela não vai mais querer fazer aquilo, por isso é importante ter um planejamento”, conta.

ORIENTAÇÃO

Ela lembra ainda que as atividades, quando possível, devem ser acompanhadas e orientadas pelos familiares, que nesse momento devem evitar alguns materiais. “As brincadeiras com massinha e geleca, embora prazerosas, devem ser evitadas por conta do coronavírus”, aconselha.

Para auxiliar as famílias a passarem por esse período, a pedagoga está produzindo vídeos, juntamente com seis terapeutas, mostrando atividades que podem ser desenvolvidas com as crianças durante este período de isolamento. “Eles estão disponíveis no instagram do Grupo Mundo Azul @mundoazul (entidade que reúne mães e outros familiares de crianças autistas) e no instagram que eu criei @umautistaemminhavida”, diz.

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