Papa Leão XIV completa 6 meses: relembre sua trajetória à frente da Igreja

O entardecer de 8 de maio de 2025 entrou para a história da Igreja Católica e marcou o início de um novo capítulo no Vaticano. O céu de Roma já se tingia de dourado quando, pouco depois das 18h, a tão aguardada fumaça branca começou a subir pela chaminé da Capela Sistina, rompendo horas de expectativa e silêncio na Praça de São Pedro. O mundo, mais uma vez, testemunhava o momento solene em que a Igreja anunciava um novo sucessor de Pedro.

Após duas fumaças pretas indicarem a ausência de consenso entre os cardeais, o terceiro sinal trouxe a certeza: um novo papa havia sido escolhido. Quando o nome de Robert Francis Prevost, cardeal americano de 69 anos, ecoou pelos alto-falantes do Vaticano, os sinos dobraram e a multidão aplaudiu. Assim nascia o pontificado de Leão XIV, o 267º papa da Igreja Católica e o 13º a adotar o nome Leão, sucedendo o papa Francisco após sua morte.

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Eleito em um conclave relativamente curto, Prevost — até então uma figura respeitada, mas discreta — viu sua vida mudar para sempre. No primeiro discurso após a eleição, Leão XIV prestou diversas homenagens a Francisco, reafirmando a importância do diálogo, da humildade e do amor como caminhos para a unidade da fé. “Deus ama a todos, e o mal não prevalecerá”, afirmou, em tom sereno, diante da multidão que lotava a Praça de São Pedro.

Embora traga marcas pessoais em seu estilo pastoral, Leão XIV tem sido visto como um continuador do legado de Francisco, mantendo a defesa de uma Igreja próxima dos pobres e do diálogo inter-religioso. Sua postura simples e discreta reforça a mensagem de serviço e doação que permeia seu pontificado.

Mensagens e posturas firmes

Logo em sua primeira celebração com os cardeais, na Capela Sistina, Leão XIV resumiu sua visão de Igreja: “Desaparecer para que Cristo permaneça, fazer-se pequeno para que Ele seja conhecido e glorificado, doar-se completamente para que ninguém deixe de conhecê-Lo e amá-Lo.”

Em junho, durante a Vigília de Pentecostes, o papa destacou que “a Igreja não precisa de estratégias de marketing, mas de evangelização divina como ação”. A frase tornou-se símbolo de sua orientação espiritual: fé genuína, mais que métodos modernos.

Nos meses seguintes, Leão XIV reforçou em diversos discursos o apelo pela paz mundial, criticando duramente o rearmamento e as guerras em curso. Em outubro, durante o Jubileu, condenou as políticas de segurança migratória, defendendo os imigrantes e pedindo acolhimento e solidariedade: “A história de tantos de nossos irmãos migrantes não pode e não deve encontrar a frieza da indiferença ou o estigma da discriminação.”

A firmeza se estendeu às relações internacionais. O papa não hesitou em criticar as políticas migratórias do presidente norte-americano Donald Trump, afirmando que “milhares de famílias que por anos viveram em paz foram profundamente afetadas pela rigidez injusta dessas medidas”.

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O homem por trás do papa

Natural de Chicago (Illinois, EUA), Robert Prevost tornou-se o primeiro papa americano da história. Missionário por vocação, passou boa parte de sua trajetória religiosa na América do Sul, especialmente em Trujillo e Chiclayo, no Peru, onde serviu como bispo e se destacou pela atuação pastoral junto aos mais pobres.

Foi nomeado cardeal por Francisco em 30 de setembro de 2023, e chegou a divergir publicamente de seu antecessor sobre a possibilidade de abençoar casais que não são casados, incluindo os homossexuais — sinal de que seu papado poderia equilibrar tradição e abertura.

Leão XIV é bacharel em Matemática e possui mestrado em Divindade. Poliglota, fala inglês, espanhol, italiano, francês e português, além de ler latim e alemão. Sua formação racional e sua fé profunda parecem coexistir em harmonia — uma combinação que marca o início promissor de um pontificado voltado à simplicidade, ao diálogo e à esperança.