Iceberg maior que a cidade de São Paulo começa a derreter no Atlântico

Quase quatro décadas após se desprender da plataforma de gelo antártica, o gigantesco iceberg A23a entrou em processo de desintegração e pode desaparecer em poucas semanas.

No início do ano, sua massa era de aproximadamente um trilhão de toneladas, ocupando 3.672 km² - cerca de 2,4 vezes a área da cidade de São Paulo. Atualmente, restam apenas 1.770 km².

A gigante placa de água doce congelada chegou a ameaçar áreas de alimentação de pinguins em uma ilha remota no Oceano Atlântico Sul, mas acabou tendo o caminho desviado.

Fragmentos com cerca de 400 quilômetros quadrados se desprendem do iceberg nas últimas semanas em decorrência das águas quentes da rota pela qual ele está passando.

Outras partes menores também se separam da grande parte de gelo e ainda podem se chocar com navios e gerar prejuízos às embarcações.

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A análise foi feita pela Agência France-Presse (AFP) com base em imagens de satélite do Copernicus, sistema de monitoramento da Terra da União Europeia (UE).

Iceberg propenso a desaparecer

Segundo o oceanógrafo físico do British Antarctic Survey (BAS), Andrew Meijers, o mega iceberg deve desaparecer. A instituição britânica é uma das que monitoram o gigante.

“Ele basicamente está apodrecendo por baixo. A água está quente demais para ele se manter e o iceberg está derretendo constantemente”, diz Meijers em entrevista à AFP.

De um modo geral, quando deixam o clima gelado na Antártida os icebergs ficam condenados ao descongelamento. Apesar de ser um processo natural, o sumiço dos grandes pedaços de gelo na região mais fria do planeta tem crescido devido às mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos.