
Na última semana, a tensão entre Rússia e Ucrânia aumentaram, preocupando líderes mundiais que tentam negociar um cessar-fogo entre as nações.
A Ucrânia formalizou nesta terça-feira (8) um pedido à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), com sede em Haia, para que seja aberta uma investigação sobre o suposto uso de munições químicas proibidas pela Rússia durante o conflito em curso no país.
A solicitação foi apresentada por Kiev ao Conselho Executivo da Opaq após as agências de inteligência da Holanda e da Alemanha divulgarem, na última sexta-feira (4), evidências que indicariam o uso sistemático de armamentos químicos por tropas russas ao longo da linha de frente da guerra.
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Durante a reunião do conselho, que ocorre a portas fechadas e reúne representantes de 41 países, o diretor-geral da Opaq, Fernando Arias, afirmou que, diante das denúncias recorrentes sobre o uso de agentes químicos perigosos, a organização pretende ampliar o monitoramento na zona de conflito entre Rússia e Ucrânia. Arias também convidou a delegação ucraniana a discutir o pedido diretamente com os Estados-membros da entidade, já que a abertura formal de uma investigação exige aprovação por maioria simples.
Em documento obtido pela agência Reuters, o governo ucraniano solicita que a Opaq estabeleça “um mecanismo independente e imparcial para investigar casos de suposto uso de armas químicas no território ucraniano”.
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Essa não é a primeira vez que a Rússia é acusada do uso de agentes tóxicos no conflito. Em maio de 2023, os Estados Unidos acusaram Moscou de empregar cloropicrina, uma substância altamente nociva e já utilizada como arma química durante a Primeira Guerra Mundial. Na ocasião, a Opaq considerou as denúncias feitas por ambos os lados, Ucrânia e Rússia, como "insuficientemente fundamentadas".
Ambos os países continuam negando o uso de armas químicas no conflito, que se intensificou com a invasão russa ao território ucraniano em fevereiro de 2022.
A crescente preocupação com o uso de armamentos ilegais se apoia também em dados divulgados nesta semana. A Agência de Inteligência Militar da Holanda informou que ao menos três soldados ucranianos morreram em decorrência da exposição a agentes químicos. Autoridades de saúde da Ucrânia relataram ainda mais de 2.500 casos de combatentes com sintomas compatíveis com intoxicação por substâncias tóxicas.
Em meio à pressão internacional, o Reino Unido anunciou nesta segunda-feira (8) novas sanções contra dois cidadãos russos e uma entidade do país, como parte de seu regime de punições contra o uso de armas químicas e contra a ofensiva russa na Ucrânia.
A Opaq ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido ucraniano.
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