
Um recorde de abstenção é esperado neste domingo (25), quando os venezuelanos foram convocados a votar nas eleições parlamentares e regionais que decidirão a renovação da Assembleia Nacional, governadores e deputados regionais.
Foi a primeira eleição nacional no país desde o pleito presidencial de 2024, em que o regime declarou a vitória de Nicolás Maduro sem apresentar as atas eleitorais que comprovariam o resultado.
Apesar das expectativas de participação girando em torno de 30% dos eleitores, de acordo com institutos de pesquisa do país, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), controlado pelo regime, decidiu prorrogar em uma hora o período de votação.
"Queremos informar ao país que, em virtude de ainda haver muitos votantes nos centros eleitorais, resolvemos prorrogar por uma hora ou até que terminem as filas em distintos centros eleitorais. O povo da Venezuela, que ainda está na fila, pode continuar tranquilo", disse o presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Elvis Amoroso, poucos minutos antes do horário previsto para fechamento das urnas —às 18h locais e 19h de Brasília.
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A mídia estatal venezuelana destacou as chuvas ao longo dia como um fator que prejudicou a movimentação dos eleitores.
Às quatro horas da tarde no horário local, Maduro iniciou uma operação para convocar os eleitores, por meio de um vídeo publicado no Telegram. Ele estava acompanhado por sua mulher, Cilia Flores, e seu filho e candidato, Nicolás Maduro Guerra.
Em 2020, nas últimas eleições parlamentares na Venezuela, o governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) obteve 253 das 277 cadeiras no Parlamento.
As atuais eleições voltaram a dividir a oposição a Nicolás Maduro. O setor majoritário, liderado por María Corina Machado, pediu um boicote à votação, cuja participação deve ser baixa.
Enquanto isso, a corrente formada por líderes como o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, decidiu participar. "Respeito aqueles que não saem para votar, mas acho que é um erro", disse ele à imprensa internacional.
Nos dias que antecederam o pleito, as autoridades do regime prenderam dezenas de opositores e ativistas sob a acusação de preparar um complô contra o presidente.
O chavismo afirmou, sem apresentar provas, que havia suposto plano de ataques contra embaixadas na Venezuela, atribuindo a responsabilidade a grupos que tentariam sabotar as eleições. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, indicou que, além das embaixadas, esses ataques tinham como alvo outros locais estratégicos, como hospitais e escolas.
A ditadura de Maduro lançou campanha para eleger governador e oito deputados para Essequibo, região pertencente à Guiana que há mais de um século é reivindicada por Caracas.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, órgão controlado pelo regime e que declarou a vitória de Maduro em 2024 sem apresentar as atas eleitorais, os 12 centros de votação para escolher o governador e os deputados de Essequibo foram instalados no estado de Bolívar, vizinho ao território, com cerca de 21 mil eleitores cadastrados —dos quais 98,9% deles venezuelanos.
A Casa Branca, por sua vez, alertou neste domingo que rejeita todas as tentativas de Nicolás Maduro de minar a integridade territorial da Guiana, incluindo a eleição na região de Essequibo.
Do outro lado da fronteira, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, respondeu às provocações da ditadura venezuelana reunindo-se no sábado (24) com as tropas das Forças de Defesa na aldeia de Anna Regina, no Essequibo, e reiterou com elas o compromisso coletivo com a defesa da soberania nacional.
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Ali, que almoçou com militares e moradores da cidade de Lima Sand no período que antecede as eleições no país vizinho, disse que "aqueles que procuram nos ameaçar, que se tornam ambiciosos, devem saber que nossas tropas na linha de frente estão prontas para defender cada centímetro de nosso país, sob diferentes circunstâncias e desafios".
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