
O surto de gripe aviária confirmado em uma granja no Rio Grande do Sul provocou uma série de suspensões nas exportações de frango brasileiro, afetando mercados importantes no exterior. A medida foi tomada por diversos países, incluindo China, União Europeia e outros da América Latina, como México, Uruguai e Chile, em resposta ao risco de disseminação do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), que atingiu a avicultura no Brasil.
A emergência sanitária foi decretada pelo Ministério da Agricultura logo após a detecção do primeiro caso da gripe aviária em aves comerciais. A decisão de interromper temporariamente as exportações de frango para os mercados internacionais foi tomada para conter novos focos da doença. A restrição tem duração prevista de 60 dias, abrangendo tanto a região do Rio Grande do Sul quanto outras áreas do Brasil.
Em entrevista, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que a China e a União Europeia foram os primeiros a suspender as importações, um movimento que foi seguido por países da América Latina, como Argentina, Uruguai, Chile e México. A Argentina, em particular, ressaltou que o bloqueio visa reduzir o risco de contaminação nas granjas do país vizinho.
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Impacto nas exportações
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. Com a suspensão das exportações, ele enfrenta perdas econômicas significativas. No ano passado, o país enviou 5,3 milhões de toneladas da proteína para 151 países, gerando em torno de US$ 9,9 bilhões em receita, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A China, principal comprador da carne de frango brasileira, foi um dos primeiros a interromper os embarques.
No entanto, alguns países adotaram uma abordagem mais flexível. Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas optaram por limitar as restrições às regiões próximas ao foco da doença, com base em uma política de regionalização que impede a entrada de frango apenas das áreas afetadas, em um raio de 10 km da granja contaminada. Essa medida, apoiada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), permite que o restante do território brasileiro continue exportando.
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Segurança alimentar
Apesar das restrições, o Ministério da Agricultura assegurou que a carne de frango e os ovos brasileiros continuam seguros para o consumo, desde que devidamente inspecionados. A autoridade reforçou que o risco de transmissão da gripe aviária por meio do consumo de carne de frango é praticamente inexistente, já que a doença não é transmitida dessa forma. Segundo o ministério, o perigo maior está na exposição direta ao contato com aves infectadas.
Contudo, foi reforçada a recomendação de que a população evite o consumo de carne de frango e ovos crus, uma medida preventiva contra outras doenças alimentares, como a Salmonella. O ministro Fávaro alertou que, embora o risco para o consumidor seja baixo, é essencial que os produtos sejam bem cozidos para garantir a segurança alimentar.
Além disso, o governo brasileiro segue monitorando a evolução do surto e aguarda novas decisões de outros países compradores. Segundo Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, acordos de restrição semelhantes são esperados com mercados como a Coreia do Sul e a Rússia, enquanto negociações estão sendo feitas para mitigar os impactos da situação nas exportações brasileiras.
O surto de gripe aviária segue sendo controlado pelas autoridades sanitárias e pode representar um desafio econômico para o Brasil A expectativa é que as negociações com os países afetados pelas restrições sejam intensificadas para minimizar os danos à indústria avícola nacional.
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