A Peste Negra, também conhecida como peste bubônica, foi uma epidemia devastadora que assolou a Europa no século XIV, sendo causada pela bactéria Yersinia pestis. Acredita-se que esta enfermidade tenha se originado na Ásia Central e sido introduzida no continente europeu por comerciantes genoveses.
O impacto da peste resultou na morte de milhões de pessoas em diversas regiões europeias. Estudos indicam que um terço da população da Europa morreu por conta da doença, no entanto, análises mais recentes sugerem que a taxa de mortalidade pode ter ultrapassado metade da população.
Agora, uma equipe internacional de cientistas anunciaram uma grande descoberta ao identificar vestígios da bactéria Yersinia pestis, em uma múmia egípcia datada de cerca de 3.300 anos.
A análise foi realizada através dos restos mortais de um homem preservado no Museo Egizio, na Itália, e representa o primeiro caso documentado da infecção fora do continente euroasiático.
A descoberta sugere que a Yersinia pestis circulava muito antes dessa epidemia, já que estudos anteriores haviam encontrado evidências da bactéria apenas na Europa e na Ásia. Agora, o achado em solo egípcio levanta novas questões sobre a origem e a disseminação da doença ao longo dos séculos.
O estudo foi conduzido por uma equipe de cientistas de várias partes do mundo, que analisaram não apenas os ossos, mas também o conteúdo intestinal da múmia, revelando a presença da bactéria em um estado avançado de infecção. Isso indica que o indivíduo morreu por conta da doença.
A pesquisa foi apresentada no Encontro Europeu da Associação de Paleopatologia, realizado em 21 de agosto desse ano, mas só agora que os resultados foram divulgados para a imprensa.
A presença da peste no Egito Antigo já havia sido discutida anteriormente. Em 1999, arqueólogos descobriram pulgas em uma vila ligada aos trabalhadores que construíram a tumba do Rei Tutancâmon.
Um antigo texto conhecido como Papiro de Ebers, que data de 3.500 anos, menciona uma condição que provocava "bubões", sintomas característicos da peste negra.
Essas referências históricas e a descoberta das pulgas alimentaram teorias sobre a possibilidade de transmissão da doença através de pulgas que infestavam roedores nativos do Nilo.
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O avanço nas investigações sobre a peste no Egito pode abrir novos caminhos para entender melhor a história da patologia e suas repercussões ao longo do tempo.
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