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A PRIMEIRA DEPOIS DA COVID-19

OMS declara mpox como "emergência global" após nova onda

É a primeira vez que a organização inclui uma doença neste tipo de alerta desde a pandemia de Covid-19

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Imagem ilustrativa da notícia OMS declara mpox como "emergência global" após nova onda camera Presidente convocou reunião de emergência nesta quarta-feira (14) | (Foto: Christopher Black/OMS)

Pela primeira vez desde a pandemia de COVID-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou Emergência Sanitária Global por outra doença: a mpox.

Conhecida anteriormente como "varíola dos macacos", o vírus está presente em 13 países, incluindo o Brasil, e já foi declarada uma "emergência de saúde pública" pelo Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África).

A emergência já havia sido declarada em 2022, quando mais de 70 países onde a doença não era endêmica identificaram o vírus. Os maiores afetados, na época, foram homens homossexuais e bissexuais. No entanto, com letalidade menor que 1%, o alerta foi retirado em maio de 2023.

No entanto, com o aumento de casos no primeiro semestre de 2024, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou uma reunião de emergência na sede da entidade, em Genebra.

Segundo ele, no ano passado, os casos aumentaram "de forma preocupante". Só neste ano, foram mais de 14 mil casos e mais de 500 mortes, superior a todo o volume de 2023. O aumento em 2024 é de 160% em comparação ao ano passado.

Depois de avaliar a situação, os técnicos da OMS recomendaram ao diretor da agência que declarasse uma "emergência sanitária de preocupação internacional". Tedros acatou o pedido, numa decisão para coordenar uma resposta da comunidade internacional e pedir que governos em todo o mundo estejam preparados para identificar o surto.

A esperança da OMS, ainda, é de que a declaração da emergência mobilize recursos internacionais para ampliar a produção de vacinas ou mesmo para entender os caminhos da trasmissão.

O objetivo é de que o surto não se espalhe ainda mais. Não se trata, porém, de uma pandemia.

"Está claro que uma resposta coordenada internacional é essencial para interromper esse surto e salvar vidas", disse Tedros.

Para a entidade, existe uma "transmissão contínua da mpox em todo o mundo". Apenas no mês de junho, a OMS identificou quase mil casos, com uma liderança para a África (567 casos), América (175 casos), Europa (100 casos) e Pacífico Ocidental (81 casos).

O epicentro do surto é a República Democrática do Congo, com 96% dos casos confirmados em junho. Para a OMS, porém, os números reais podem ser muito maiores, já que milhares de pessoas ficam sem testes e diagnósticos.

Pelo menos quatro novos países na África Oriental, incluindo Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, reportaram seus primeiros casos de mpox. Já a Costa do Marfim registra um surto da doença, mas de outra variante, enquanto a África do Sul confirmou mais dois casos.

Entre 2022 e 2024, casos também foram identificados fora da África, com 33 mil nos EUA, 11 mil no Brasil, 8 mil na Espanha e 4,2 mil na França.

Os homens são as principais vítimas, com 96% dos casos. De acordo com a OMS, a via mais comum de transmissão da doença tem sido o contato sexual. Metade dos casos confirmados foram registrados em pessoas portadores do vírus do HIV. Mas a agência insiste que esse não é o único meio e teme a estigmatização daqueles afetados.

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A OMS ainda listou os principais sintomas da doença, incluindo erupção cutânea, febre e erupção genital.

O Mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, no antigo Zaire. Naquele momento, tratava-se da propagação do subtipo Clade I. A atual variante é uma mutação desse vírus original, ainda mais letal.

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