A eutanásia é considerada um procedimento legal na Holanda desde 2002 para seis condições, que incluem, por exemplo, algum sofrimento considerado insuportável, a ausência de perspectivas para alívio da dor ou um desejo de longa data de morte. Mais de um especialista precisa avaliar o pedido para que ele seja autorizado.
Na semana passada, o primeiro-ministro da Holanda entre os anos de 1977 a 1982 e conhecido por seu ativismo em prol da causa palestina, o holandês Dries van Agt e sua esposa decidiram juntos encerrar a vida por meio da eutanásia. Ambos tinham 93 anos e morreram no último dia 5, mas a notícia só foi tornada pública na última sexta-feira (9), após o funeral.
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Em comunicado, a organização The Rights Forum, criada por Van Agt em 2009 para a defesa dos palestinos e da qual ele era presidente honorário, disse que o político morreu de mãos dadas com a esposa, Eugenie van Agt-Krekelberg. Eles estavam juntos havia mais de 70 anos.
Como lembrou em nota a The Rights Forum, Van Agt sofreu uma hemorragia cerebral em 2019 e, apesar de ter tido satisfatória recuperação, "suas funções ficaram prejudicadas de forma permanente".
"Ele continuou a lidar com a questão palestina, mas estava frustrado porque sua concentração e capacidade de proferir discursos vívidos tinham sido afetados; gradualmente, retirou-se do espaço público, plenamente consciente de que havia entrado na fase final de sua vida."
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O que chamou a atenção, além da eutanásia dupla, um procedimento que no mais vem se tornando mais frequente no país, é o fato de que Van Agt era um católico devoto. O Vaticano rejeita a eutanásia. O ex-premiê pertencia ao partido Apelo Democrata Cristão.
Gerard Jonkman, o atual diretor do The Rights Forum, disse à imprensa local que Van Agt era um homem "peculiar" e que ele e sua esposa estavam fisicamente exaustos neste último período.
"Acho que ele aguentou por muito tempo, mas os dois não aguentavam mais e também não conseguiriam viver um sem o outro."
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