Um novo estudo pode mudar o senso comum em relação a dois planetas do nosso Sistema Solar. Netuno, normalmente é imaginado e representado com cores azuis mais vivas; Urano, é tido como mais esverdeado. A realidade é que a coloração dos dois é bem próxima, algo como um azul esverdeado.
A pesquisa que revela a proximidade das tonalidades desses gigantes de gelo foi publicada, nesta sexta-feira (5), na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Porém, as cores que imaginávamos para os planetas estarem incorretas não chega a ser uma grande surpresa. As imagens desses planetas obtidas durante o século passado, como as da missão Voyager 2, da Nasa, tinham sido capturadas em cores diferentes e, posteriormente, combinadas - o que gerava alguma imprecisão no resultado.
No caso de Netuno, ainda, havia a utilização de um aumento de contraste para melhor observação das suas nuvens. Para especialistas até podia estar claro que se tratava de uma imagem distante da realidade, mas tal ideia aparentemente se perdeu com o passar do tempo.
Os autores do novo estudo, então, pegaram dados do telescópio espacial Hubble e do instrumeto Muse, do telescópio VLT (Very Large Telescope). Nas imagens provenientes de cada um, cada pixel é um espectro contínuo de cores, o que ajuda a alcançar uma tonalidade mais realista dos planetas.
Os cientistas, então, reprocessaram as imagens da Voyager 2 e do WFC3 (Wide Field Camera 3) do Hubble.
Há uma pequena diferença de cores entre os dois planetas. Netuno tem um pouco mais de azul, devido a uma mais fina camada de neblina.
Além da questão relacionada à Netuno, o estudo também parece ajudar a esclarecer outro ponto: a mudança de cor de Urano durante a órbita de 84 anos que realiza ao redor do Sol.
Basicamente, nos solstícios Urano parece mais verde, enquanto nos equinócios, mais azul. A rotação do planeta é incomum, com uma angulação de quase 90° em relação ao plano de sua órbita. Isso faz com que pareça girar de lado. Com isso, nos solstícios de Urano, o planeta tem um de seus polos apontados para o Sol e para a Terra.
A partir de um modelo, os cientistas viram que as regiões polares de Urano são mais reflexivas em comprimentos de onda verde e vermelho, o que, em parte, deve estar relacionado com o metano, que absorve vermelho, menos presente nos polos.
Ainda a partir do modelo criado, os cientistas adicionaram uma camada de neblina de gelo, que já foi observada durante o verão do planeta. Ela seria formada por partículas de gelo de metano. Tais partículas aumentaram, no modelo, a reflexão de verde e vermelho nas regiões dos polos de Urano, o que explicaria os tons mais esverdeados do planeta no solstício.
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