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CIÊNCIA

Grandão sem medo! Espécie de morcego usa pênis como braço

Animais com órgão sexual com cerca de sete vezes o comprimento das vaginas de suas parceiras são os primeiros mamíferos observados fazendo sexo sem penetração.

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Imagem ilustrativa da notícia Grandão sem medo! Espécie de morcego usa pênis como braço camera O animal da espécie Eptesicus serotinus, tem um pênis muito longo, de 1,6 cm. | Divulgação/ Current Biology

Pela primeira vez, cientistas Universidade de Lausanne, na Suíça, registraram sexo não penetrativo em um mamífero: o morcego-hortelão-escuro. O animal da espécie Eptesicus serotinus tem um pênis muito longo, de 1,6 cm. Isso pode não parecer muito, mas corresponde a até 22% de todo o comprimento de seu corpo de 7 cm, da cabeça à cauda.

Um estudo publicado no último dia 20 de novembro no periódico Current Biology, os pesquisadores relatam que o morcego usa seu pênis como um "braço" para se reproduzir sem penetração. O órgão sexual tem cerca de sete vezes o comprimento das vaginas de suas parceiras e apresenta uma cabeça em forma de "coração".

O comportamento de acasalamento de Eptesicus serotinus não implica intromissão e a atividade de verão em torno de locais subterrâneos não coincide com o pico das cópulas.
📷 O comportamento de acasalamento de Eptesicus serotinus não implica intromissão e a atividade de verão em torno de locais subterrâneos não coincide com o pico das cópulas. |Divulgação/ Current Biology

Como a penetração é impossível, os morcegos utilizam tal "braço" sexual para afastar a bainha da cauda da fêmea, permitindo o acasalamento por contato. Isso é similar ao "beijo cloacal" em aves, que acontece quando as duas aberturas cloacais são unidas.

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Os especialistas observaram os órgãos genitais dos morcegos durante o acasalamento usando imagens de câmeras colocadas atrás de uma grade pela qual os animais podiam escalar.

Comportamento de acasalamento de Eptesicus serotinus Divulgação/Current Biology

Ao todo, a equipe analisou 97 eventos de acasalamento. Os registros surpreenderam os cientistas, pois pouco se sabe sobre como os morcegos se reproduzem, e a maioria das observações anteriores só mostrava as costas dos pares acasalando.

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O acasalamento mais demorado se estendeu por 12,7 horas. Após o sexo, os abdomens das morcegas fêmeas pareciam molhados, sugerindo a presença de sêmen, mas a ocorrência do esperma ainda deverá se confirmada por mais pesquisas.

Os cientistas querem continuar observando o acasalamento dos animais em contextos mais naturais, investigar a morfologia do pênis e o sexo em outras espécies de morcegos.

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