Mechas de cabelos encontrados por arqueólogos da Universidade de Valladolid em uma caverna na Espanha indicaram o consumo de substâncias alucinógenas pelos humanos há aproximadamente 3.000 anos. O estudo foi publicado no jornal Scientific Reports a partir das escavações de uma gruta funerária na região de Menorca, uma ilha no leste do país.
As mechas constituem a primeira evidência direta do uso de drogas no continente europeu. Datadas da Idade do Bronze (3000 a.C.-300 a.C.), foram detectadas nos fios as substâncias químicas atropina, escopolamina e efedrina, provenientes do consumo de plantas como mandrágora, meimendro, pinheiros ou erva daninha.
“Primeiramente, precisamos entender que não são drogas como conhecemos na atualidade”, explica Sofia Helena Rodrigues, historiadora da Unicamp. “Na época, alucinógenos eram usados para uma conexão espiritual com o subconsciente e o sobrenatural”.
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De acordo com a especialista, não é possível especificar o objetivo por trás da ingestão dessas plantas, uma vez que as atividades medicinais e ritualísticas eram associadas. A atropina e a escopolamina podem causar delírios e alucinações. Já a efedrina é um estimulante.
O cabelo analisado foi encontrado na caverna de Es Càrritx, onde estão diversas sepulturas e túmulos decorrentes de rituais macabros ao longo da História. O estudo analisou apenas alguns dos fios preservados em recipientes cilíndricos de madeira, alguns com até 13 centímetros de comprimento. Junto deles, foram encontrados recipientes com chifres, espátulas, vasos, um pente de madeira e alguns objetos de bronze.
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