Um americano, de 19 anos, sofreu uma grave infecção após consumir as sobras de uma refeição. A doença resultou na amputação das pernas e dos dedos das mãos. O caso foi relatado no New England Journal of Medicine e ganhou repercussão nesta semana na imprensa americana.
De acordo com o relato, o paciente comeu as sobras de um prato do colega que não teria terminado de consumi-lo. Ao ingerir a refeição, o jovem teve dores abdominais e vômitos, dores no peito, enrijecimento da nuca, visão turva, dores de cabeça e falta de ar. Ele foi levado as pressas ao hospital pelo amigo.
Na emergência, o jovem passou a manifestar dificuldade respiratória e queda nas taxas de oxigenação sanguínea, ele foi medicado e recebeu suporte de oxigênio. A partir daí, o quadro passou a se complicar ainda mais. Com novos remédios administrados, ele foi transferido de helicóptero a um outro hospital.
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Pavan K. Bendapudi, médico do caso, informou que a progressão do caso foi rápida, incluindo a SRIS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica), que é caracterizada por febre, choque, acidose lática grave (falta de oxigenação intracelular e acúmulo de ácido lático na corrente sanguínea) e insuficiência respiratória e renal aguda.
"Talvez as características mais marcantes deste caso tenham sido a profunda coagulopatia [doença hemorrágica] e o rápido início da doença, com o princípio do quadro durando menos de 24 horas. Considerações adicionais foram sua pouca idade e a ausência de fatores de risco tipicamente associados à sepse (por exemplo, uma doença crônica ou condição coexistente)", declarou Bendapudi.
Os exames identificaram uma infecção pela bactéria N. meningitidis, e o diagnóstico foi de um quadro de púrpura fulminante por meningococcemia. A evolução levou à necrose dos tecidos e obrigou à amputação das pernas do jovem abaixo dos joelhos, assim como de seus dedos das mãos.
De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, a púrpura é um quadro que gera pequenos coágulos sanguíneos por todo o corpo, que bloqueiam o fluxo de sangue para os órgãos vitais.
O manual ressalta que dos pacientes que se recuperam, de 10% a 20% ficam com sequelas graves, como surdez irreversível, retardo mental, ou perda de falanges ou extremidades.
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