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MONARQUIA INGLESA

Rei Charles 3º conduz cortejo da despedida da rainha

Com pontualidade britânica, a comitiva que acompanhou o caixão, coberto com o estandarte real, flores e a coroa imperial, saiu às 14h22 (10h22 de Brasília) de Buckingham, a sede da realeza.

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Imagem ilustrativa da notícia Rei Charles 3º conduz cortejo da despedida da rainha camera Rei Charles 3º no funeral da rainha Elizabeth | ( Reprodução )

Quase uma semana após a morte de Elizabeth 2ª, um cortejo do qual participaram o rei Charles 3º, seus filhos, os príncipes William e Harry, e outros membros da realeza, levou o caixão que carrega o corpo da rainha do Palácio de Buckingham até o Salão de Westminster.

A procissão foi a primeira grande cerimônia em Londres desde o falecimento da soberana, e ocorreu sob o som dos disparos de canhões de artilharia e das badaladas do Big Ben. No salão, localizado no complexo onde também está o Parlamento do Reino Unido, o caixão com o corpo de Elizabeth ficará por quatro dias.

Com pontualidade britânica, a comitiva que acompanhou o caixão, coberto com o estandarte real, flores e a coroa imperial, saiu às 14h22 (10h22 de Brasília) de Buckingham, a sede da realeza.

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Junto com Charles e seus filhos, também marcharam a pé na procissão seus irmãos Anne, Andrew e Edward. A rainha consorte, Camilla, a esposa de William, Kate, princesa de Gales, e a esposa de Harry, Meghan, duquesa de Sussex, viajaram para o salão de carro.

O cortejo foi acompanhado por duas bandas militares, que interpretaram as marchas fúnebres de Beethoven, Mendelssohn e Chopin, além do terceiro movimento de sua Sonata para piano nº 2, também interpretada nos funerais dos ex-primeiros-ministros britânicos Winston Churchill e Margareth Thatcher.

O trajeto de 1,5 km durou cerca de 38 minutos, durante os quais ouvia-se, a cada 60 segundos, uma salva de tiros de canhão no vizinho Hyde Park e o som dos sinos do Big Ben, um dos principais cartões-postais da Inglaterra. Para que nem mesmo o barulho de aviões atrapalhasse a pompa da cerimônia, a administração do aeroporto de Heathrow anunciou o cancelamento ou adiamento de voos durante o período mais solene do cortejo.

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Quando o caixão chegou ao Salão de Westminster, o arcebispo de Canterbury conduziu um serviço religioso em homenagem a Elizabeth.

Milhares de pessoas saíram às ruas na tarde ensolarada de Londres para acompanhar a procissão. A maioria, no entanto, não conseguiu chegar perto dos locais por onde o cortejo passou. Devido à grande multidão, a polícia fechou o acesso e não permitiu mais entradas horas antes do evento.

O casal de brasileiros Cícero e Laura Moura estava um pouco desapontado por não ver o caixão de perto, mas eles comemoraram o fato de estarem em Londres na ocasião. "Planejamos essa viagem há quatro meses e, quando ela morreu, percebemos que seria ainda mais interessante", disse Cícero. "Tô gostando", aprovou sua filhinha, Helena.

Cada pub ao redor do Palácio de Buckingham estava repleto de pessoas que, impossibilitadas de chegar mais perto, resolveram acompanhar o cortejo pela televisão de forma menos solene, ao lado de uma cerveja.

Estar num desses pubs lotados foi arrepiante: a envolvente música fúnebre, as batidas regulares do bumbo, que marcavam os passos de Charles, William, Harry e demais membros da família real, o ribombar do Big Ben a cada minuto, respondido imediatamente pela salva de tiros no Hyde Park.

Os rostos entristecidos dos britânicos olhando a TV, fazendo "shiuuu" para que as atendentes dos pubs falassem baixo, os famosos guardas de túnica vermelha e chapéu felpudo preto marchando à frente do caixão, as dezenas de enormes bandeiras do Reino Unido ladeando a avenida com a escultura dourada do Victoria Memorial ao fundo, a coroa sobre uma almofada púrpura. Tudo isso vai ficar para sempre.

Às 17h, no horário local, o Salão de Westminster foi aberto ao público, que foi autorizado a caminhar em volta do caixão. A visitação será permitida dia e noite até às 6h30 da próxima segunda-feira (19), quando haverá terá início, enfim, o funeral na Abadia de Westminster e o enterro no Castelo de Windsor.

Os visitantes, no entanto, só verão o caixão fechado sobre uma plataforma vigiada por guardas. A imprensa britânica especula que quase 750 mil pessoas devem passar pelo local, podendo formar filas de até 16 km de comprimento. Na manhã desta quarta, segundo agências de notícias internacionais, os primeiros da fila estavam com cobertores, cadeiras, barracas e capas de chuva, sinais de que passaram a noite no local.

Para se aproximar do caixão, o público terá que passar por medidas de segurança similares às dos aeroportos e obedecer regras rígidas, como usar roupas adequadas, não tirar fotos nem usar telefones celulares. As orientações do governo incluem "se vestir apropriadamente", evitando "roupas com mensagens ofensivas ou políticas", e respeitar a dignidade do evento. Apenas bolsas pequenas serão permitidas. Flores, pelúcias e outras homenagens estão proibidas no interior do edifício e devem ser depositadas em uma área específica do Green Park, perto do Palácio de Buckingham.

FORTUNA HEREDITÁRIA

Charles 3º vai herdar uma fortuna considerável de sua mãe, que era uma das pessoas mais ricas do mundo. Elizabeth também herdou a maior parte de sua fortuna, mas é sabido que fez bons investimentos durante a vida. Estima-se que a fortuna seja de £ 17 bilhões (R$100 bilhões), e a maior parte dela provém da posse de terras e imóveis espalhados há séculos pelo reino.

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Mas uma reportagem do jornal The Guardian revelou que cerca de cem funcionários da Clarence House, residência oficial de Charles até agora, receberam notificações de que podem perder o emprego quando o rei se mudar para o Palácio de Buckingham. A razão seria redundância de cargos. Secretários, governantes e as equipes de finanças e de comunicação estão entre os possíveis demitidos.

A maioria acreditava que seria incorporada ao staff de Buckingham, uma vez que serviram diretamente ao príncipe por anos. Isso até a chegada da carta de Clive Alderton, o principal auxiliar de Charles. "Todo mundo aqui está livido com a notícia. Estamos abalados", disse um dos funcionários ao jornal britânico. Um sindicato divulgou nota afirmando que a decisão é "nada menos que sem coração".

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