Neste domingo (27), o presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se com os seus ministros da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”, conforme informado pela agência de notícias russa Tass.
No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) reagiu à declaração de Putin e condenou qualquer uso de armas nucleares nos confrontos com a Ucrânia — país que vive o quarto dia consecutivo de bombardeios.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, foi categórico: “A mera ideia de um conflito nuclear é simplesmente inconcebível”.
De acordo com ele, a reação do secretário-geral da ONU, António Guterres, foi de apoio aos ucranianos. “É por isso que a mensagem para todos é: apoiem a Ucrânia. Juntos somos fortes”, resumiu.
Ele completou. “Todo ucraniano tem orgulho de ser independente, orgulho de ser ucraniano e temos orgulho de ter nosso próprio país”, finalizou.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Insatisfeitos com o resultado da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), líderes mundiais articulam a realização de uma Assembleia Geral da ONU na tentativa de punir a Rússia e Putin.
Reunião
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá novamente neste domingo (26) para aprovar uma resolução pedindo uma sessão extraordinária da Assembleia Geral com o intuito de discutir a invasão russa à Ucrânia. As informações são de agências internacionais de notícias.
A movimentação político-diplomática ocorre após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra que veio justamente da Rússia.
A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros e não existe direito a veto.
Reações
Órgãos de segurança dos Estados Unidos dizem monitorar a situação. A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, reagiu à determinação e disse que a medida “obedece a um padrão de fabricação de ameaças que não existem”.
Minutos após o anúncio, a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, fez alertas sobre o risco da medida.
“Putin colocar as armas nucleares em alerta mostra que o líder russo está escalando o conflito de uma maneira que é inaceitável”, criticou.
O gesto de Putin é uma resposta às sanções de países do Ocidente impostas à Rússia, que mesmo assim tem apresentado condições para driblar as medidas restritivas exigidas. A ameaça em apelar para armas nucleares, no entanto, ligou um alerta para o efeito catastrófico que o uso do aparato com grande potencial letal e destrutivo pode causar.
A Otan também condenou a iniciativa. O secretário-geral da entidade, Jean Stoltenberg, fez um breve pronunciamento logo após o anúncio de Putin. “Ameaça nuclear da Rússia é retórica perigosa”, afirmou.
Poucas horas depois, Canadá, Espanha, Itália, França e Portugal fecharam tráfego aéreo às empresas de aviação da Rússia. A União Europeia tomou a mesma medida. Aviões oficiais, comerciais e jatos particulares foram banidos nos 27 países-membros do grupo, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em pronunciamento ao vivo transmitido de Bruxelas.
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