Primatas do zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, se tornaram, na última quarta-feira (4), os primeiros animais a serem imunizados contra o novo coronavírus. O imunizante foi desenvolvido pela farmacêutica veterinária norte-americana Zoetis.
A oficial de Conservação Global e Saúde da Vida Selvagem, Nadine Lamberski, afirmou ao portal Insider que a preocupação surgiu pela primeira vez quando Winston, um gorila de 49 anos do zoológico, começou a tossir alguns dias após a descoberta de que um funcionário estava infectado com a Covid-19. Ao todo, oito primatas do zoológico testaram positivo para a doença.
"Assim que soubemos que um funcionário era positivo, ficamos em alerta máximo, então apenas uma ou duas tosses realmente dispararam o alarme e imediatamente começamos a obter as permissões necessárias para enviar amostras para testes de diagnóstico", afirmou.
"Nossos especialistas em cuidados com a vida selvagem tentaram descobrir se poderíamos separar os animais. E se um animal estivesse gravemente doente e precisasse de cuidados intensivos? Isso era possível?", completou.
No total, nove macacos entre eles, quatro orangotangos e cinco bonobos receberam a vacina, incluindo um orangotango chamado Karen, que foi o primeiro macaco do mundo a fazer uma cirurgia de coração em 1994. Os animais se recuperaram totalmente em meados de fevereiro.
Com menos de 5 mil gorilas na natureza, os pesquisadores expressaram preocupação de que, como os primatas vivem em grupos familiares próximos, a infecção poderia se espalhar rapidamente se apenas um deles pegasse o vírus. Pouco se sabe sobre o efeito que o vírus tem em animais, embora vários animais, incluindo gatos e cães, tenham testado positivo para o vírus no passado.
Apesar de a equipe estar tranquila pelo fato de seus macacos estarem vacinados, Lamberski pensa que "esse grande suspiro de alívio não virá até que o imunizante chegue a comunidades remotas em todo o mundo, para áreas onde os gorilas vivem na natureza."
O presidente do zoológico, Paul Baribault disse ainda que espera que a pandemia ajude as pessoas a perceber a interconexão que os humanos têm com a natureza. "À medida que avançamos para fora da covid, esperamos que o mundo tenha uma compreensão maior de nossa interdependência, que dependemos da saúde da natureza. Dependemos da saúde da vida selvagem. Nossa saúde está ligada a tudo isso."
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