Um erro grave na hora de administrar um medicamento custou a vida de um bebê em um hospital de Surrey, no sudoeste da Inglaterra.
Sophie Burgess, de 11 meses, recebeu uma dose cinco vezes maior do que a necessária de uma droga anticonvulsiva no Hospital São Pedro, no bairro de Chertsey. Uma enfermeira teria alertado sobre a quantidade exagerada do remédio e que isso era contra o protocolo.
A menina, que, segundo os pais, era uma criança sorridente, recebeu uma quantidade letal de fenitoína em junho de 2016. Ela tinha ido ao hospital após ter uma convulsão e recebeu a medicação. Porém, a bebê, que já tinha histórico de convulsões, vomitou, teve uma parada cardíaca e morreu três horas depois.
O inquérito inicial havia sido interrompido para que a polícia pudesse investigar o caso, mas foi retomado no mês passado, sem qualquer processo criminal.
A conclusão sobre a morte da criança foi tomada na quarta-feira (16), no Surrey Coroner’s Court. Segundo a legista assistente Dra. Karen Henderson, a negligência foi um fator contribuinte para o óbito da garotinha. “Estou convencida que Sophie não teria morrido se não tivesse tomado uma dose cinco vezes mais alta administrada pelas enfermeiras”, diz a médica. 'Foi um erro básico sério, mas simples, que colocou Sophie em um caminho que triste e devastadoramente levou à sua morte”, afirma.
Ainda de acordo com Dra. Karen, “a inexperiência da equipe médica, que residia em uma política nacional desatualizada que não atendia aos padrões médicos, contribuiu para essa tragédia. Sophie estava em uma posição dependente. Houve uma falha grosseira em fornecer cuidados médicos básicos”.
No dia do incidente, a Dra. Fiona MacCarthy havia solicitado uma dosagem correta de 200 mg e disse que as enfermeiras confirmaram que foi aplicada tal quantidade. Porém, houve um erro de cálculo e não foi o que aconteceu.
As enfermeiras envolvidas no caso não se lembram quem preparou o medicamento e nem a dosagem foi verificada, de acordo com o inquérito.
A falta de recall “confiável” não foi considerada e a morte “foi totalmente causada pela toxicidade da fenitoína”, diz a legista. Dra. Karen também pretende escrever um relatório de Prevenção de Mortes Futuras explicando a necessidade da equipe médica em verificar a quantidade de medicamentos preparados antes de serem administrados, especialmente quando a droga pode matar.
A Dra. Henderson também disse que Ashford e St Peter's Hospitals NHS Foundation Trust realizaram uma revisão externa e implementaram todas as recomendações.
Os pais de Sophie, Gareth e Emma, expressaram seu desapontamento com a conclusão da legista. Eles disseram que perder a filha pouco antes de seu primeiro aniversário 'destruiu a vida que conhecíamos'.
Em uma declaração emocionada lida fora do tribunal, eles disseram: 'Sempre soubemos desde o início que o que aconteceu com Sophie era evitável e tivemos que lutar nos últimos quatro anos para ter certeza de que os erros que foram cometidos no dia de sua morte foram divulgados. Queríamos receber um relato verdadeiro do que aconteceu naquele dia e agora esperamos que os responsáveis sejam responsabilizados”, lamentaram os pais.
Fonte: Metro.co.uk
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