Feirantes se preparam para vendas do almoço do Círio 2025

A contar de hoje (30), faltam 43 dias para o Círio de Nazaré. No Complexo do Ver-o-Peso, no bairro da Campina, em Belém, o clima de expectativa já começa a tomar conta dos feirantes. A maniçoba, prato do tradicional almoço do Círio, reúne ingredientes que começam a ganhar mais procura entre os clientes. Maniva, as misturas como charque, chouriço, calabresa e miúdos de porco são a base da receita e movimentam o mercado.

Na área da maniva e do tucupi, o feirante Daniel Veiga, 47 anos, se prepara para atender a alta procura. Segundo ele, a expectativa é de manter os preços estáveis, sem surpresas para os consumidores. “Esse ano permanece o mesmo preço do ano passado. Duas semanas antes do Círio é que a venda dispara. A gente vende 500 a mil kgs para fregueses que compram em grande quantidade, e o que mais sai é a pré-cozida, porque muita gente deixa para última hora”, diz.

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Sobre os preços, ele detalha: “a maniva crua está a R$5, a pré-cozida a R$6, e a cozida (por 7 dias) a R$8. O tucupi médio está a R$10 a garrafa de dois litros, o concentrado a R$20”.

Na barraca do “Irmão”, o feirante Orivaldo Santos, de 68 anos, trabalha há 53 anos vendendo os embutidos indispensáveis para a maniçoba. Ele garante que, embora as vendas realmente disparem apenas em setembro, já há consumidores, no mês de agosto, pesquisando preços. “A venda do Círio começa um mês antes do evento. Mas já tem gente que vem olhar os preços e verificar quanto é, como fazer, muita coisa que envolve”, explica.

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As “carnes” que dão sabor à maniçoba estão com os seguintes preços (kg): o charque sai por R$44; bacon e chouriço, R$35; calabresa e costela, R$32; e o bucho, R$8. Já o rabo de porco e o toucinho salgado custam R$28, enquanto a orelha de porco e o toucinho defumado ficam em R$30.

Segundo ele, em mês comum, somente de venda do charque são cerca de 300 kg; já durante o período de um mês inteiro até o Círio, são vendidos cerca de 3 caixas, o equivalente a 900 kg de mercadoria.

E Orivaldo destaca que, mesmo com a alta constante no custo dos alimentos, ele tenta manter a tabela sem reajuste no período do Círio. “Eu faço um kit com 100 gramas de cada coisa (citada acima) por R$38, pronto para começar a maniçoba, e essa mistura vai fazer dois anos que o preço é o mesmo. O Círio para nós é como se fosse o 13º salário, nesse período a gente vende muito”, afirma.

Na ala dos patos vivos, Diogo Dantas, de apenas 18 anos, vive a expectativa do primeiro Círio como feirante. “Aqui diariamente está saindo um, dois, três. Mas, ao finalizar a primeira semana de setembro, a gente vai começar a abastecer com mais patos. O normal está saindo a R$90 e o maior, que a gente chama de patarrão, está entre R$110 e R$120. No Círio o preço não muda, fica o mesmo. No ano passado, em média, o meu tio, que era dono de barraca, vendeu uns 70 patos por semana nesse período, e a gente espera manter”, conta o jovem.

Outro ingrediente indispensável para a mesa do almoço do Círio é o jambu, que custa em média R$ 3 o maço. Versátil, ele acompanha o vatapá e o pato ou frango no tucupi, entre tantas outras combinações. O feirante Edilson Moraes, de 68 anos, garante o abastecimento. “Logo no começo a gente vende 100, 150 maços. Muita gente já se antecipa e compra antes, congela, com medo de ficar caro. É uma forma de garantir o prato completo sem aperto”, comenta.

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