Instituições financeiras e de pagamento excluíram 9,1 milhões de chaves Pix de pessoas físicas nos últimos dez meses por irregularidades no Cadastro de Pessoa Física (CPF) junto à Receita Federal. A medida segue determinação do Banco Central (BC) e tem como objetivo reforçar a segurança do sistema de pagamentos instantâneos e dificultar a aplicação de fraudes.
O número registrado ao fim do ano superou a projeção inicial do BC, que estimava a exclusão de cerca de 8 milhões de chaves com problemas cadastrais. Foram canceladas chaves vinculadas a CPFs suspensos, nulos ou cancelados, além de registros pertencentes a pessoas falecidas. A orientação, emitida em março, não se aplica a contribuintes com débitos tributários, mas apenas a situações cadastrais irregulares.
De acordo com o Banco Central, a ação contribui para reduzir riscos no uso do Pix, ainda que não seja possível mensurar quantas fraudes deixaram de ocorrer. A avaliação do órgão considera que a atualização da base de dados dificulta práticas como o uso de nomes semelhantes aos de empresas reais para enganar usuários. Problemas de grafia concentravam a maior parte das inconsistências identificadas.
Cada pessoa física pode manter até cinco chaves Pix por conta, enquanto pessoas jurídicas podem registrar até 20. Entre março e 20 de dezembro, foram excluídas 13,4 milhões de chaves de pessoas físicas e cerca de 5 milhões de pessoas jurídicas. No caso das empresas, 3,4 milhões das exclusões estavam relacionadas a CNPJs em situação irregular na Receita Federal.
Você pode consultar a situação do seu CPF pelo site da Receita Federal.
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Reforço na segurança do Pix
O fortalecimento da segurança do Pix tornou-se prioridade para o Banco Central, especialmente após episódios de ataques cibernéticos que resultaram em desvios de recursos. O sistema completou cinco anos em 2025 e, desde então, tem passado por ajustes para reduzir vulnerabilidades.
Nos últimos meses, o BC anunciou medidas voltadas principalmente a instituições que acessam o sistema por meio de Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs). Como resultado, 33 instituições foram excluídas de forma definitiva do Pix, e outras sete tiveram participação suspensa de maneira cautelar, após falhas na gestão de riscos de fraude.
Além disso, 31 instituições que operam sem autorização do regulador terão prazo até 3 de março de 2026 para se adequar às regras e firmar parceria com um participante direto do Pix. Caso contrário, também serão retiradas do sistema. Desde a adoção das medidas emergenciais, o Banco Central informou não ter registrado novos ataques cibernéticos. O último ocorreu em outubro.
Aperfeiçoamentos previstos
Para 2026, o Banco Central planeja avançar em novas ferramentas de segurança. Uma das iniciativas em desenvolvimento é a criação de um “score” de risco, que indicará a probabilidade de fraude em transações Pix. O indicador deverá auxiliar as instituições financeiras na decisão de autorizar ou não uma operação.
O modelo utilizará técnicas de inteligência artificial e machine learning, com base em dados de transações e fraudes registradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), administrado pelo BC. A previsão é que a ferramenta entre em operação em 2027, devido à complexidade do projeto.
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O BC também avalia ajustes no botão de contestação do Pix, implementado para facilitar o registro de reclamações em casos de golpes. Apesar do aumento no número de solicitações de devolução desde que o recurso se tornou obrigatório, a taxa de ressarcimento permanece abaixo de 10%. O desempenho do mecanismo seguirá em análise nos próximos meses.
Outro ponto em estudo é a regulamentação do uso do Pix no exterior por meio de intermediários. Atualmente, o Banco Central enfrenta limitações para identificar o beneficiário final de pagamentos realizados fora do país. A proposta é criar regras que ampliem a transparência dessas operações, com conclusão prevista para 2027.
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