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LUTA CLIMÁTICA

Lula critica 'interesses egoístas' e defende protagonismo da Amazônia

Presidente recebe líderes mundiais em Belém e cobra compromisso real contra crise ambiental; reuniões com Macron e Príncipe William marcam a agenda do dia

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Imagem ilustrativa da notícia Lula critica 'interesses egoístas' e defende protagonismo da Amazônia camera Presidente brasileiro abriu os trabalho na Cúpula dos Líderes na manhã desta quinta-feira (6) | Reprodução/Flickr

Belém, o coração da Amazônia, virou nesta quinta-feira (6) o centro das atenções do mundo. Sob forte calor e rígido esquema de segurança, chefes de Estado, primeiros-ministros e representantes de mais de 100 países se reúnem na capital paraense para a Cúpula de Líderes Pré-COP30, encontro que antecede a conferência oficial da ONU sobre o clima, marcada para começar na próxima segunda-feira (10).

Em discurso de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo contundente por mais ambição climática e cobrou uma mudança de mentalidade global. Segundo o petista, “interesses egoístas e imediatos preponderam sobre o bem comum” quando se trata de combater as mudanças climáticas.

“Será preciso superar dois descompassos. O primeiro, a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real. O combate à mudança do clima deve estar no centro das decisões de cada governo, empresa e pessoa. A participação da sociedade civil e o engajamento de governos subnacionais serão essenciais”, afirmou Lula.

O presidente destacou que, passadas mais de três décadas desde a Eco-92, conferência que colocou o Brasil no centro das negociações climáticas, a humanidade continua “falhando em agir na velocidade que a ciência exige”.

“A humanidade está ciente do impacto da mudança do clima há mais de 35 anos, mas foram necessárias 28 conferências para reconhecer a necessidade de se afastar dos combustíveis fósseis e de parar de reverter o desmatamento”, disse.

Amazônia no centro do debate

Lula também enfatizou o simbolismo de realizar uma conferência das Nações Unidas no coração da Floresta Amazônica. Para ele, sediar a COP30 em Belém é um gesto político e simbólico de grande impacto.

"Pela primeira vez na história, uma COP do Clima terá lugar no coração da Amazônia. No imaginário global, não há símbolo maior da causa ambiental do que a floresta amazônica. Aqui correm os milhares de rios e igarapés que conformam a maior bacia hidrográfica do planeta. Aqui habitam as milhares de espécies de plantas e animais que compõem o bioma mais diverso da Terra", afirmou.

A Cúpula de Líderes reúne representantes de países florestais tropicais e nações parceiras na agenda ambiental. Entre os presentes estão Emmanuel Macron (França), Pedro Sánchez (Espanha), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Keir Starmer (Reino Unido), Luís Montenegro (Portugal) e Friedrich Merz (Alemanha). A realeza europeia também marca presença, com o Príncipe William, representando o rei Charles III, e o rei Carl XVI Gustaf e a rainha Silvia, da Suécia.

Reuniões bilaterais e nova aposta brasileira

Ao longo do dia, Lula cumpre uma agenda intensa de encontros bilaterais. Ao meio-dia, ele se reúne com o Príncipe de Gales, William, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, em uma sala reservada da Presidência, para discutir cooperação climática e investimentos verdes. Às 15h, o presidente se encontrará com Emmanuel Macron, da França, com foco em preservação florestal e financiamento internacional do Fundo Amazônia.

O grande destaque do evento é o lançamento do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (Tropical Forests Forever Fund), principal aposta do Brasil na COP30. A iniciativa busca reunir países e investidores em projetos de preservação das florestas tropicais, com mecanismos financeiros de longo prazo. Apesar do entusiasmo, alguns países — entre eles o Reino Unido — ainda não confirmaram adesão ou aporte financeiro.

Roteiro de Baku a Belém

Na véspera da Cúpula, as presidências da COP29 (Azerbaijão) e COP30 (Brasil) apresentaram o “Roteiro de Baku a Belém”, um plano para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 em ações climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento.

O documento sugere novas formas de arrecadação, como taxas sobre aviação, bens de luxo e grandes fortunas, além de reformas no sistema financeiro internacional para liberar crédito e aliviar dívidas de nações mais pobres. Embora não tenha força de tratado, o texto busca criar um consenso político e técnico sobre como transformar promessas em financiamento real.

“Momento de levar a sério os alertas da ciência”

Em tom firme, Lula encerrou seu discurso pedindo união e compromisso. "Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam atenção de recursos que deviam ser destinados para o enfrentamento do aquecimento global. Enquanto isso, a janela de oportunidades está se fechando. A mudança do clima é resultado das mesmas dinâmicas que fraturam a nossa sociedade entre ricos e pobres. Será impossível conte-la sem superar as desigualdades entre nações", disse.

A Cúpula de Líderes em Belém representa, segundo o governo brasileiro, o início de uma nova etapa da diplomacia ambiental. Um retorno ao país onde o debate global sobre o clima nasceu — e, desta vez, no coração da floresta que o mundo inteiro busca proteger.

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