
O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) anunciou mudanças importantes nas regras do saque-aniversário. A partir de 1º de novembro de 2025, os trabalhadores que optarem por essa modalidade terão um limite máximo de R$ 2.500 para antecipações no primeiro ano. A medida tem como objetivo controlar o uso do fundo como crédito pessoal e garantir a manutenção dos recursos para outras finalidades essenciais.
De acordo com as novas regras, cada trabalhador poderá realizar apenas uma antecipação por ano. Além disso, haverá um período de carência de 90 dias a partir da adesão para que a primeira antecipação seja liberada. A partir do segundo ano, os saques serão reduzidos para R$500 por ano, limite que valerá pelos cinco anos seguintes.
A decisão foi tomada após análises que indicam o crescimento acelerado da utilização do saque-aniversário como forma de crédito rápido. Desde a criação, a modalidade injetou cerca de R$75 bilhões na economia entre 2019 e 2025. No entanto, o governo entende que a limitação é necessária para preservar a saúde financeira do FGTS e manter a função original de apoio a políticas públicas.
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Com a nova regra, a expectativa é que sejam retidos aproximadamente R$84,6 bilhões até 2030. Esses valores devem ser redirecionados para programas estratégicos, como o Minha Casa, Minha Vida, além de investimentos em infraestrutura em diversas regiões do país. A ideia é equilibrar os interesses dos trabalhadores com o fortalecimento de projetos sociais e habitacionais.
O saque-aniversário foi criado para permitir que os trabalhadores tivessem acesso a parte do saldo do FGTS anualmente, sem a necessidade de demissão. Porém, nos últimos anos o benefício passou a ser amplamente utilizado como uma forma alternativa de crédito de curto prazo, especialmente em períodos de maior restrição financeira.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, “a medida é necessária para que o FGTS continue cumprindo seu papel social e econômico”. A fala reforça o posicionamento do governo de priorizar a utilização dos recursos do fundo em políticas estruturais de longo prazo, em vez de manter um ritmo acelerado de retiradas individuais.
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Especialistas avaliam que a mudança deve impactar diretamente o consumo imediato, já que muitos trabalhadores utilizavam a antecipação como forma de complementar a renda ou quitar dívidas. Com valores menores disponíveis, a tendência é de redução na oferta de crédito rápido e possível desaceleração no fluxo de dinheiro injetado no mercado.
Por outro lado, o governo aposta que a retenção de recursos no FGTS permitirá maior capacidade de investimento em programas habitacionais e obras de infraestrutura, garantindo retorno econômico mais consistente no médio e longo prazo. A medida também busca assegurar a disponibilidade de recursos para rescisões trabalhistas, uma das principais funções do fundo desde a criação.
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