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MORTES E CEGUEIRA

Metanol em bebidas: quem são as vítimas da tragédia em São Paulo

Casos de intoxicação em bares e reuniões entre amigos expõem risco do consumo de bebidas alcoólicas adulteradas; autoridades intensificam fiscalizações e investigações.

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Imagem ilustrativa da notícia Metanol em bebidas: quem são as vítimas da tragédia em São Paulo camera Operações da Polícia Civil e Vigilância Sanitária apreendem bebidas suspeitas de adulteração com metanol em São Paulo. | Divulgação/Governo de SP

Nas grandes metrópoles, onde bares, festas e encontros de amigos fazem parte da rotina cultural e social, a bebida costuma estar associada ao lazer e à celebração. Em São Paulo, no entanto, esse hábito vem sendo marcado por um cenário trágico. Desde junho, uma série de casos de intoxicação por metanol - substância altamente tóxica e proibida na produção de bebidas alcoólicas - resultou em mortes, hospitalizações e sequelas graves, incluindo perda irreversível da visão. O episódio expõe falhas na fiscalização e alerta para os perigos do consumo de produtos adulterados, muitas vezes indistinguíveis pelo gosto ou aroma.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, até agora foram contabilizados 22 casos suspeitos, sendo sete confirmados e 15 ainda em investigação. Desses, cinco terminaram em morte. "Até o momento há 22 casos envolvendo a contaminação por metanol, sendo sete confirmados e 15 em investigação", declarou o secretário Eleuses Paiva.

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MORTES CONFIRMADAS E CASOS EM APURAÇÃO

Entre as vítimas está o advogado Marcelo Macedo Lombardi, de 45 anos, morador de São Bernardo do Campo. Ele começou a sentir os sintomas em 26 de agosto e procurou atendimento no Hospital São Bernardo no dia seguinte, já com a visão comprometida, enxergando apenas clarões de luz. No domingo (28), não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. Outras duas mortes - de um homem de 54 anos, na capital, e outro de 58 anos, também em São Bernardo - seguem sob investigação.

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JOVENS INTOXICADOS APÓS GIM

Outro episódio dramático aconteceu no bairro Cidade Dutra, na zona sul paulistana, quando cinco amigos, com idades entre 23 e 27 anos, consumiram gim no fim de agosto. No dia seguinte, quatro deles apresentaram sintomas graves e foram hospitalizados. O caso mais grave é o de Rafael dos Anjos, 27 anos, técnico de manutenção de elevadores. Ele perdeu a visão logo após a intoxicação, entrou em coma e segue internado em Osasco. Familiares relatam que seu quadro é "praticamente vegetativo".

O também jovem Diogo Marques relatou ao programa Fantástico a experiência aterrorizante: "Acordei, abri os olhos e estava tudo preto". Ele sobreviveu após três dias de internação, com diagnóstico confirmado de intoxicação por metanol. Já Karolaine dos Santos contou ao jornal O Globo que, no dia seguinte ao encontro, acordou com forte dor de cabeça, tontura e a sensação de ainda estar bêbada. "No dia seguinte da reunião com os amigos, senti muita dor de cabeça, tontura e a sensação de ainda estar bêbada”, relatou.

DESIGNER INTOXICADA EM BAR DE LUXO

Casos não se restringem a residências. A designer de interiores Rhadarani Domingos foi intoxicada após consumir caipirinhas em um bar localizado na Alameda Lorena, no Jardins, área nobre da capital. Ela relatou que pediu três drinques com frutas vermelhas, maracujá e vodca. Poucas horas depois, perdeu a visão. "Causou um estrago muito grande. Não estou enxergando nada", disse ao Fantástico. "Não senti nenhum gosto diferente [na bebida]", completou.

O estabelecimento, identificado como Ministrão, foi alvo de uma operação conjunta da Polícia Civil, do Centro de Vigilância Sanitária e da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde). Cem garrafas de destilados foram apreendidas e o bar foi interditado até que os resultados laboratoriais confirmem a presença da substância.

SINTOMAS E RISCOS

A intoxicação por metanol é traiçoeira, pois os sintomas iniciais se confundem com os de uma ressaca comum. Até seis horas após a ingestão, podem surgir sonolência, tontura, moleza e náuseas. Com a progressão, o quadro evolui para confusão mental, convulsões, insuficiência respiratória e falência múltipla de órgãos. O efeito mais devastador, no entanto, é a ação sobre o nervo óptico, que pode levar à cegueira permanente em questão de horas.

INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO

A Polícia Civil conduz inquéritos para identificar a origem das bebidas adulteradas e responsabilizar possíveis distribuidores e bares envolvidos. Já o governo estadual anunciou que intensificará a fiscalização em pontos de venda de álcool, tanto na capital quanto na Grande São Paulo.

O desafio, segundo especialistas, é que muitas vezes a bebida contaminada não apresenta cheiro ou sabor diferentes, tornando difícil para o consumidor identificar o risco. Enquanto as apurações avançam, cresce a pressão por medidas mais rígidas de controle na cadeia de produção e comercialização de bebidas alcoólicas.

COMO IDENTIFICAR RISCOS EM BEBIDAS ADULTERADA

  • Preço muito abaixo do mercado: desconfie de promoções excessivas em bares ou distribuidoras.
  • Rótulo e lacre: verifique se a embalagem está intacta e se há sinais de adulteração.
  • Origem da bebida: prefira consumir em locais de confiança e evite produtos sem nota fiscal.
  • Sabor e aroma: embora o metanol muitas vezes não altere o gosto, mudanças estranhas no cheiro devem acender o alerta.

O QUE EM CASO DE SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO

  • Procure atendimento médico imediato: a rapidez é fundamental para evitar sequelas graves.
  • Informe sintomas como dor de cabeça intensa, visão turva, tontura, náuseas e confusão mental.
  • Guarde a embalagem da bebida: ela pode ser analisada pelas autoridades.
  • Acione a polícia ou a vigilância sanitária para denunciar locais suspeitos.
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